Por Michael Holden
LONDRES (Reuters) - Um médico norte-americano oferecendo tratamento experimental a um bebê britânico criticamente doente deve ir a Londres nesta semana ajudar a persuadir um juiz a manter ligado o suporte de vida do menino, em um caso que gerou um debate feroz em todo o mundo sobre ética médica.
Os pais de Charlie Gard, que tem uma condição genética rara causando fraqueza muscular progressiva e danos ao cérebro, têm lutado uma batalha legal para mandá-lo aos Estados Unidos para a terapia experimental do neurologista. Mas os tribunais do Reino Unido recusaram a permissão com o argumento de que isso prolongaria seu sofrimento sem uma perspectiva realista de ajudar.
O caso ganhou atenção global após intervenções do presidente norte-americano Donald Trump e do papa Francisco, que expressaram apoio a Charlie, de 11 meses, no Twitter. Isso gerou um debate caloroso sobre se o hospital realizando o tratamento ou seus pais deveriam determinar seu destino.
O médico norte-americano que ofereceu o tratamento, Michio Hirano, professor de neurologia do Centro Médico da Universidade de Columbia, em Nova York, vai a Londres examinar Charlie pela primeira vez e encontrar outros especialistas envolvidos no caso.
Hirano afirmou que a terapia que está desenvolvendo pode melhorar a condição de Charlie, que sofre de uma forma de doença mitocondrial. Ele acredita que há uma chance entre 11 e 56 por cento de que a terapia com nucleósidos melhore a força muscular do bebê e que há uma "pequena mas significativa" chance de também ajudar no funcionamento do cérebro.