São Paulo, 31 jul (EFE).- A presidente brasileira, Dilma Rousseff, anunciou nesta quarta-feira investimentos de R$ 8 bilhões em recursos na cidade de São Paulo, principalmente para melhorar o transporte público, uma das principais reivindicações dos protestos de junho.
A chefe de Estado anunciou em cerimônia pública em São Paulo que o governo federal investirá R$ 3 bilhões na construção de corredores e terminais para ônibus na maior cidade do país.
Do total dos investimentos, R$ 1,4 bilhão será destinado a obras para prevenir inundações, R$ 2,2 bilhões à recuperação de mananciais e os outros R$ 1,4 bilhão à construção de 20 mil casas.
A governante esclareceu que a maior parte do investimento será destinada à mobilidade urbana por ser uma urgência para a maior cidade do país, com 11 milhões de habitantes e na qual 55% da população utiliza o transporte público.
Os investimentos acontecem pouco mais de um mês depois do início dos protestos por melhores serviços públicos que mobilizaram milhões de brasileiros em pelo menos 100 cidades.
Os protestos começaram na mesma São Paulo contra o aumento das tarifas de ônibus públicos e por melhores serviços de transporte.
"Hoje nós damos um passo muito efetivo na redução da desigualdade na forma como as pessoas apropriam seu tempo", afirmou a governante ao se referir às várias horas que os moradores das periferias perdem para ir até seus locais de trabalho no centro.
"Garantir transporte público rápido, seguro e de qualidade é um dos eixos de combate à desigualdade. (...) Somos capazes de garantir a devolução do tempo para as pessoas", acrescentou.
Dilma explicou que o governo construirá 99 quilômetros de corredores exclusivos para ônibus em São Paulo, que se somarão aos 126 quilômetros já existentes.
Acrescentou que as casas populares previstas nos investimentos serão destinadas justamente às pessoas que forem desalojadas pelas obras para a construção dos corredores.
Segundo a chefe de Estado, as obras de drenagem para prevenir inundações também são necessárias para melhorar o transporte.
"Se nós não temos obras efetivas de drenagem sabemos que a cidade não estará preparada para enfrentar problemas climáticos que interrompem o tráfico e, sobretudo, (as obras) podem evitar perdas de vidas humanas", disse.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, assegurou que o anúncio é histórico por ser o maior investimento já previsto para a cidade. EFE