Arena do Pavini - A consolidação de um cenário de um segundo turno entre Jair Bolsonaro, do PSL, e Fernando Haddad, do PT, com ligeira vantagem para o candidato conservador, fez o dólar recuar e a bolsa voltar a subir. A expectativa do mercado após as pesquisas divulgadas ao longo desta semana é de que Bolsonaro catalise os votos anti-PT e assuma com um projeto de continuidade do ajuste fiscal e da reforma da Previdência. Com isso, o dólar devolveu parte da alta ante o real na esteira da desmontagem de posições de proteção (hedge), explica o BB Investimentos. A divisa americana fechou cotada a R$ 4,0405 (-0,84%), acumulando -3,03% na semana, -0,82% no mês, 22,12% no ano e 28,50% em 12 meses. O risco medido pelos Credit Default Swaps (CDS) do Brasil de 5 anos no exterior recuou para 2,65 pontos percentuais versus 2,76 pontos da véspera.
Na bolsa, o Índice Bovespa encerrou aos 79.444 pontos, em alta de 1,70%, acumulando 5,32% na semana, 3,61% no mês, 3,98% no ano e 5,08% em 12 meses. O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 12,96 bilhões, sendo R$ 12,68 bilhões no mercado à vista. Os estrangeiros continuaram trazendo recursos para o mercado brasileiro No dia 19, houve ingresso líquido de R$ 280,303 milhões em capital estrangeiro na bolsa, elevando o saldo acumulado em setembro para R$ 335,437 milhões, reduzindo a saída no ano para R$ 2,652 bilhões, segundo o BB Investimentos.
Entre os papéis de maior peso no Ibovespa, a ação ordinária (ON, com voto) da Vale (SA:VALE3) subiu 2,85%, Itaú Unibanco (SA:ITUB4) PN (papel preferencial, sem voto) teve alta de 1,69%, Bradesco (SA:BBDC4) PN, 1,60%, Petrobras PN (SA:PETR4), 1,36% e Ambev (SA:ABEV3) ON, 0,53%.
Já as maiores altas do Ibovespa foram de Lojas Americanas (SA:LAME4) PN, 5,78%, Usiminas (SA:USIM5) PNA, 5,34%, Lojas Renner (SA:LREN3) ON, 4,87%, CVC Brasil (SA:CVCB3), 4,68% e Magazine Luíza ON, 4,65%. As maiores quedas foram de Ultrapar (SA:UGPA3) ON, ,83%, Suzano (SA:SUZB3) Papel ON, 1,73%, CCR ON (SA:CCRO3), 1,17%, Klabin (SA:KLBN11) Unit, 0,45% e Cosan (SA:CSAN3) ON, 0,18%. Só sete papéis entre os 65 do Índice Bovespa tiveram queda hoje, refletindo a confiança na vitória de um candidato à presidente favorável à reforma fiscal. O ajuste das contas públicas, além de permitir uma queda maior do dólar perante o real, abriria espaço para a manutenção dos juros básicos em níveis mais baixos.
Nos juros, além da queda do dólar e do cenário eleitoral, as taxas recuaram com a inflação medida pelo IPCA-15 relativa ao mês de setembro, que subiu 0,09% apenas. “O número surpreendeu positivamente o mercado, não apenas ao desacelerar contra a leitura de agosto (0,13%), mas também vir abaixo das projeções de mercado (consenso: 0,18%)”, diz o BB (SA:BBAS3). O contrato futuro de juro DI para janeiro deste ano fechou na B3 projetando 6,69%, ante 6,73% ontem. No contrato para janeiro de 2025, a taxa caiu de 12,03% para 11,84% ao ano.