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'É inaceitável termos só 16% de líderes negros', diz Frederico Trajano do MGLU3

Publicado 21.09.2020, 04:25
Atualizado 21.09.2020, 08:17
© Reuters.  'É inaceitável termos só 16% de líderes negros', diz Frederico Trajano

© Reuters. 'É inaceitável termos só 16% de líderes negros', diz Frederico Trajano

A decisão do Magazine Luiza (SA:MGLU3) em colocar apenas negros em seu próximo programa de trainees, conforme noticiado pelo Estadão/Broadcast teve, segundo o presidente da empresa, Frederico Trajano, um componente matemático. De um lado há o desequilíbrio entre o número de funcionários e o de lideranças negras dentro da empresa. Por outro, ter à frente pessoas que refletem a realidade da população brasileira levará a tomadas de decisão que aumentarão as vendas e gerarão maior valor ao acionista.

"Somos responsáveis por quem selecionamos e promovemos", diz. "Claramente, se temos 53% da equipe negra e parda e só 16% de negros e pardos em cargos de liderança, há um problema para resolver com uma ação concreta."

A decisão de criar um programa de trainees voltado para pessoas negras partiu da empresa ou teve a ver com demandas de investidores?

Definitivamente, não de investidores. Não espere isso tão cedo. Embora exista a pauta de ESG (meio ambiente, sustentabilidade e governança, da sigla em inglês), ainda não chegamos lá. Fizemos uma pesquisa interna. Eu não sabia, mas 53% da nossa equipe é formada por negros e pardos. Na mesma pesquisa, vimos que apenas 16% dos nossos líderes eram negros e pardos. Isso acendeu um sinal amarelo ou vermelho. Nunca nos posicionamos em relação à pauta racial porque não havia um diagnóstico claro dessa questão.

A partir da pesquisa, vimos que tínhamos uma anomalia, um problema concreto. Somos muito pragmáticos. O caminho mais curto para se chegar à liderança é o programa de trainee. Porém, nos programas anteriores - e eu sempre entrevisto os finalistas -, a gente sempre tinha só uma pessoa negra ou parda no final. Então, de certa maneira, não estávamos conseguindo atrair e selecionar essas pessoas. Precisávamos fazer algo diferente. Não é oportunismo. Queremos resolver um problema que sabemos que temos. Estamos sendo honestos em relação à necessidade de mudar uma realidade que nós mesmos criamos. Somos responsáveis por quem selecionamos e promovemos.

Desde que a notícia do trainee 2021 foi publicada houve forte reação na internet com comentários dizendo que a iniciativa é racista. Leitores ameaçam o Magalu com processos por discriminação racial, com suspensão de compras e eliminação do app. Essa reação estava na conta de vocês?

Sabíamos que essa nossa ação afirmativa iria desencadear discussões. A iniciativa é inédita e somos uma empresa grande, com uma marca de muita visibilidade. Por intermédio da Lu, nossa influenciadora virtual, nos manifestamos nas redes, de forma contundente, sobre a legalidade do programa e a nossa intenção ao levá-lo adiante: atacar a baixa representatividade negra em nossa liderança. É inaceitável que apenas 16% dela seja composta por negros. Ao longo dos anos (15 no total), a companhia formou cerca de 250 trainees. Só dez eram negros. Em todos os programas houve enorme dificuldade de atrair talentos negros. O número de candidatos sempre foi baixíssimo. Por isso a decisão de criar um programa exclusivo. Essa dificuldade de acesso tem sido um problema para uma companhia que acredita que a diversidade aumenta a competitividade, e queremos resolvê-lo.

Qual o benefício para a empresa quando investe em diminuir desigualdades?

Para o Magazine Luiza a diversidade maior nos nossos quadros de liderança vai gerar resultados maiores. Mal ou bem, a nossa base de consumidores reflete a distribuição social e racial do Brasil, que é em mais de 50% formado por negros e pardos. Se não há nas lideranças pessoas com essas características, pode-se estar tomando decisões subótimas sobre sistemas que desenvolvemos, sobre o tipo de marketing. Além de gerar benefício macroeconômico para o Brasil, é nossa responsabilidade gerar valor ao acionista. Se tivéssemos mais representatividade de mulheres e negros - que é nossa questão mais sensível hoje - na liderança, teríamos ações mais efetivas. Isso geraria mais vendas e, em última instância, mais retorno aos acionistas.

O consumidor reage de maneira positiva em relação a essas questões?

No caso do consumidor, a situação mudou rápido. A pandemia foi um catalisador para a digitalização e para a responsabilidade social. O consumidor sai da pandemia mais digitalizado e cobrando mais responsabilidade social das empresas. Estamos colhendo frutos de ter tomado decisões que reverberaram muito e não foram só econômicas: como a de não demitir e fazer doações logo no início da pandemia. Essas decisões se converteram em mais vendas no pós pandemia.

Há mudança de mentalidade dos investidores para olhar para essas práticas de ESG?

ESG é pauta apenas de um fundo brasileiro mais ativista e alguns estrangeiros, mas poucos. Tenho centenas de grandes investidores e três ou quatro fazem perguntas específicas sobre esse tema. Ainda assim os estrangeiros têm uma base de preocupação muito mais ambiental do que social. No Brasil há uma questão ambiental muito importante. Para o Magalu, que é uma varejista, a pauta social deve ser mais relevante. Ninguém nunca me perguntou o que estamos fazendo com esse objetivo. Ainda é muito incipiente. Tem se falado mais. Que bom! Mas não tenho visto decisões práticas de investimento sendo tomadas por indicadores de ESG. Nosso interesse em virar uma empresa B-Corp (certificado de empresas que têm como modelo de negócios o desenvolvimento social e ambiental) veio antes dessa modinha do ESG dos investidores.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Últimos comentários

Esse panaca acha que com essas ações inclusivas resolve um problema. Esse é o pior tipo de preconceito. Perdi o bonde em MGLU, nunca tive essa ação. Agora tirei da minha Page view
vendi todas as minhas ações depois dessa noticia
É vergonhoso o que grandes empresas como MGLU, fazem gerando a desarmonia entre raças, deveriam fazer o oposto combater o racismo e não acirralo separando as pessoas por cor da pele, somos todos iguais, merito é o que deveria ser o criterio correto.
Na realidade, a exploração será nivelada por baixo a partir desse conceito racista.
È só cada um estudar.. para não depender de ninguém, tenho vários amigos negros. que estudaram, são bem sucedidos em seus empregos, acho desnecessário isso, vocês querem aparecer gerando preconceitos entre as raças, o sol nasceu para todos. bola fora da empresa!
Atitude exemplar Magalu! Exemplo de como querer não ser racista sendo racista.  Quer ajudar a sociedade de verdade? Faça um recrutamento baseado na renda familiar do candidato. Assim vocês ajudam o Negro, o Branco,  o Amarelo, O POBRE, que no Brasil tem todas as raças.
É INACREDITÁVEL como uma empresa que **tinha** um futuro brilhante pela frente dá um TIRO NO PÉ. Quer lacrar ? Pelo menos tenha as estatísticas em dia: 8% dos brasileiros são negros (IBGE); a empresa já tme o DOBRO  da média nacional. RACISTA.
Quer exemplo ??? Quem sabe o CEO ser negro !! Ta parecendo o PSOL que não tem candidato negros em nunhuma capital
É uma zorra esse país.
imagina se o dono da Havan fala que vai contratar só bolsonarista hahaha e via varejo só lgbtq+y2020Alfa omega kkk
Empresa Racista
Entra vendido, Gilmar!
Não vejo problema em ser acionista da empresa e faturar em cima dela, mas jamais comprarei nada dela por ABOMINAR qualquer discriminação baseada em cor.
isso aí só tem a ver com polêmica e gerar marketing pra eles!
Para quem acha que a empresa está trabalhando errado é simples, é so entrar vendido!
Quanto Trainee querendo uma vaga hein kk. Todo processo seletivo tem seus requisitos, preencheu se inscreva senão bora pra outro. Simples assim.
Critério de cor como requisito de processo seletivo? Bizarro. Voltamos para o final do século 19/ início do seculo 20?Se isso foi aceito como um processo legal será a legalização da discriminação do ser humano pela cor, até então crime previsto em lei.
Magalu subindo. Acho que só o gado não gostou.... Estão de parabéns. Espero que outra empresas sigam a iniciativa, se possível incluindo outras classes mais pobres.
Otima iniciativa! Putros irao copiar, pois o resultado sera muito positivo! Empresa para frente que guia suas prioridades! Parabens MGLU3!!!!
Voa MGLU3 voa 🚀🚀🚀🚀🚀
Se eu descobrisse que sua tatataravó ficou devendo na mercearia da minha tatataravó, eu poderia cobrar essa conta de vc ?Essa conta não é minha, por isso cada um tem seu CPF.A regra da vida é: quer alguma coisa, corra atrás.Mesmo sendo branco, trabalho desde os 12 anos, nunca tive os tais privilégios...Acho que devem parar de reproduzir esse discurso vitimista e estimular a busca pelo desenvolvimento e crescimento individualmente, sem cor, raça, gênero e afins...
Não podemos esquecer que os antecedentes brancos tiveram 400 anos de vantagem. Chegaram aqui receberam terras e apoio dos governantes. Após a abolição os negros não receberam nada. De alguma forma isto tem que ser compensado. Os negros não estudam nas melhores escolas, os pais também não estudaram. É um ciclo vicioso que precisa ser rompido.
Kkkkk
Concordo em partes com sua posição mas pensamos o seguinte, meus antepassados italianos quando vieram pra cá no fim da escravatura, tiveram que trabalhar de forma explorada na roça arrendando terras, basicamente a unica diferença entre os imigrantes pós escravidão e os escravos é que os imigrantes não eram açoitados, depois de muita luta minha familia como algumas outros descendentes dos imigrantes pós escravidão conseguiram começar a crescer, ainda hoje vejo muita gente com dificuldades por conta desse passado, mas ainda assim sou visto como branco previlegiado. O que eu to querendo dizer é que o previlegio do branco não é por esses supostos 400 anos de vantagens, mas é uma questão de preconceito e discriminação racial
Infelizmente soa como jogada de marketing, mas nada de anormal em uma empresa que tinha como CEO uma mulher( aí sim algo de diferente da maioria do mercado) mas que após sua saída quem entra é um homem e pior filho desta antiga CEO. Acho que as oportunidades te que ser dada a quem merece, não importa cor, raça, gênero, etc.
Essa é a estratégia mais racista que vi desde a criação das cotas. Parece para o incautos igualitária, mas exatamente o que mantém o racismo vivo, roubando daquelas pessoas o brio de conseguir crescer por seus próprios méritos.
Já pensei assim... Eu consegui dar uma condição melhor para minhas filhas. Mas entendo hoje que sou exceção. Não podemos esquecer que os antecedentes brancos tiveram 400 anos de vantagem. Chegaram aqui receberam terras e apoio dos governantes. Após a abolição os negros não receberam nada. De alguma forma isto tem que ser compensado. Os negros não estudam nas melhores escolas, os pais também não estudaram. É um ciclo vício que precisa ser rompido
meu dinheiro branco não vai ser gasto em empresa q menospreza pessoas pela cor
No ano que vem o Magazine Luiza vai revolucionar também nas Receitas. Primeiro só aceitará que negros comprem seus produtos. Após atingirem 50% do faturamento, pessoas de outras raças poderão comprar também. Assim as dívidas do passado serão pagas. Mais uma “ação afirmativa de sucesso”. Vamos combater as desigualdades do passado com novas desigualdades, presentes e futuras.
Sou fan de carteirinha da magazine luiza, escrevendo a historia, case de sucesso a ser seguido por isso, um dos poucos papeis a subir hoje, nesse dia nefasto.
Se possuem apenas 16%, e hora de selecionar sem preconceito!
...
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