Londres, 25 jul (EFE).- A economia britânica encolheu 0,7% entre abril a junho, mais que o esperado pelos analistas, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, em inglês).
Esta contração se soma às registradas durante o último trimestre de 2011, de 0,4%, e nos três primeiros meses deste ano, de 0,3%, quando tecnicamente o Reino Unido entrou em recessão
O Reino Unido já experimentou um primeiro período de recessão entre julho de 2008 e junho de 2009, por causa da crise creditícia mundial, que levou ao resgate de vários bancos.
A situação aumenta a pressão sobre a política de cortes no orçamento do conservador David Cameron. A oposição defende medidas para estimular o crescimento.
O ministro da Economia, George Osborne, disse que o governo "já anunciou medidas para promover os empréstimos" para as empresas e para melhorar "infraestruturas".
Osborne reconheceu que os dados são "decepcionantes" mas disse que o Executivo está administrando bem "as dívidas em casa e a crise de dívida fora".
A queda de abril a junho é maior do que a esperada pelos analistas, que tinham previsto uma recessão de cerca de 0,2%.
A ONS confirmou hoje que a redução da atividade econômica nesse período ocorreu devido ao mau tempo incomum para o período e aos dias festivos adicionais pelas celebrações do Jubileu de Elizabeth II.
A percentagem anunciada hoje é uma primeira estimativa e pode ser alterada nos próximos meses, quando o organismo fizer mais duas revisões.
No entanto, o dado é significativo e sugere que a economia britânica continua muito debilitada após iniciar, no final de 2011, seu atual período recessivo.
Apesar ao dado negativo, os analistas esperam que nos próximos meses o país experimente uma recuperação econômica pelo efeito dos Jogos Olímpicos, que começam nesta sexta-feira em Londres e vão até o dia 12 de agosto.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) rebaixou recentemente a previsão de crescimento do Reino Unido para este ano de 0,8% para 0,2%, ao mesmo tempo em que espera um crescimento de 1,4% em 2013. EFE