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Economia, o grande trunfo da campanha presidencial republicana

Publicado 25.08.2012, 14:33

Alfonso Fernández.

Washington, 25 ago (EFE).- A economia se solidificou como tema central da mensagem eleitoral dos republicanos, com o virtual candidato Mitt Romney concentrado em ressaltar a incapacidade do presidente Barack Obama em recuperar o caminho do crescimento.

Em um ato de campanha em Powell, no estado de Ohio, Romney insistiu hoje que Obama desenha um panorama econômico "maravilhoso", mas os eleitores "não devem prestar atenção em suas palavras, mas em suas ações".

"E, se prestarem atenção nisso, lhe tirarão do cargo e porão em seu lugar as pessoas que, de verdade, devolverão o pulso forte aos Estados Unidos", acrescentou.

Mais uma vez, a frase "É a economia, estúpido", uma das mais conhecidas do jargão político americano, volta a se transformar no eixo da disputa eleitoral.

"É a economia, estúpido" foi uma das três ideias básicas que em 1992 James Carville, um dos assessores políticos do então candidato democrata Bill Clinton, anotou como guias da campanha que finalmente lhe outorgaria a vitória contra o republicano George H. W. Bush, que tentava a reeleição.

Na época, o desemprego nos Estados Unidos era de 7,5%. Nos últimos meses, os historiadores lembram constantemente que nenhum presidente conseguiu a reeleição com uma taxa de desemprego superior a 7,2% - o último dado de julho deste ano situou o número em 8,3%.

Por isso, e apesar de ser uma frase de origem democrata, Romney e sua equipe de campanha carregaram toda a munição na frente econômica, convencidos que será nessa área que se definirá o vencedor das eleições.

A nomeação por parte de Romney do congressista Paul Ryan, presidente da Comissão Orçamentária da Câmara dos Representantes e um dos maiores críticos da política econômica de Obama, como candidato a vice-presidente, não fez mais que reforçar essa linha.

Por sua parte, Romney insistiu em seu histórico como diretor de várias empresas e Ryan, considerado seu chicote fiscal, criticou o avultado déficit federal dos EUA, que se viu agravado pelas políticas "europeias" de excessivo gasto público de Obama.

"Uma das principais vantagens de concentrar-se nas questões econômicas é que os eleitores tendem a acreditar que os republicanos fazem uma melhor gestão da economia", afirmou hoje à Agência Efe Jennifer Marsico, do American Enterprise Insitute, um centro de estudos vinculado ao Partido Republicano.

"Deste modo", acrescentou Marsico, "enfatizam um dos aspectos nos quais têm ganhado a confiança dos eleitores".

Uma enquete de junho do canal "NBC" e do jornal "The Wall Street Journal" destaca que 40% dos eleitores acreditam que os republicanos fariam um melhor trabalho controlando o gasto público contra 23% a favor dos democratas.

Romney lembra constantemente sua bem-sucedida trajetória como executivo da empresa de investimento Bain Capital no anos 1980 e seu trabalho como presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Inverno em Salt Lake City em 2002.

O ex-governador de Massachusetts se autoproclamou defensor da iniciativa privada e dos empreendedores, em oposição às propostas de aumentar o papel e tamanho do governo federal de Obama.

"Não acho que seja o governo que deve construir as empresas. Acho que as pessoas livres dos EUA devem construir as empresas que nos mantêm fortes e em boa situação para fortalecer nossa economia", assegurou nesta semana em um ato eleitoral em Hobbs, Novo México.

A isso, Romney opôs "a incapacidade do presidente Obama para valorizar a iniciativa individual, o trabalho duro e a tomada de riscos. Sua falta de entendimento o levou a pôr em prática uma série de políticas que não funcionaram".

Como celebração deste espírito empresarial, a Convenção Nacional Republicana que será realizada a partir de segunda-feira em Tampa (Flórida) acolherá vários atos com destacados representantes do setor empresarial.

Entre eles, uma homenagem ao bilionário e fundador da Koch Industries, David Koch, um dos principais financiadores da campanha republicana, sob o título nada ambíguo: "Uma saudação aos empreendedores que constroem os EUA". EFE

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