Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - Com a privatização da Eletrobras (BVMF:ELET3), a expectativa é pelos próximos passos que a empresa deve tomar para se reestruturar e crescer de forma saudável. O BTG Pactual (BVMF:BPAC11) fez uma reunião com membros da diretoria da empresa, que apontaram como foco a redução de custos, a transição para o Novo Mercado e a otimização no processo de venda de energia.
Às 12h26, as ações da Eletrobras sobem 1,33%, a R$ 46,65. No mesmo horário, o Ibovespa avança 0,44%, a 110.916 pontos.
O BTG conversou com a CFO da Eletrobras, Elvira Presta, e a Diretora de Relações com Investidores, Paula Prado.
A administração já começou a selecionar empresas de consultoria para auxiliar no turnaround da Eletrobras, agora que a companhia foi privatizada. A ideia é selecionar três opções, deixando a decisão final para o novo CEO, Wilson Ferreira Jr.. A consultoria eleita elaborará o plano de prioridades, auxiliando a gestão a manter o foco e a disciplina.
A empresa deve reduzir o quadro de funcionários em até 20% até 2024, apesar de ter que contratar novos profissionais para enfrentar os desafios do futuro. Além disso, a administração diz que há grandes potenciais de redução de custos em outras linhas de gastos com PMSO, pois o processo de aquisição de insumos ou contratação de serviços na “antiga Eletrobras”́ era descentralizado, lento e cheio de burocracia, comenta o BTG.
Outro ponto destacado pelo banco digital é que a Eletrobras está alterando seu estatuto social para adequar suas cláusulas ao modelo de empresa privada. A migração do Novo Mercado depende dessas alterações e deve acontecer até o primeiro semestre do ano que vem.
A Eletrobras reuniu seus melhores comercializadores de energia de cada subsidiária para trabalhar de forma integrada e ver as melhores alternativas para vender a energia produzida. A empresa considera que em 2023, 1,3avgGW da sua capacidade hídrica estarão descontratados. Assim, essa força tarefa criada deve ajudar, segundo o BTG, não apenas o melhor preço, mas também com foco na gestão de risco centralizada, limitando assim a exposição/riscos da contraparte.
Com as distribuidoras em sua maioria ainda supercontratadas para 2023, elas provavelmente terão que chegar a acordos no mercado livre. Provavelmente a partir de 2024 ou 2025, a expectativa é que haja espaço para recontratar parte dessa energia no mercado regulado.
O BTG espera que além do foco no turnaround, a Eletrobras também concentre as suas atenções no crescimento, analisando oportunidades greenfield e M&A. O banco, porém, não ignora que esses movimentos podem trazer dificuldades no nível de endividamento e nas leis antitruste.
A recomendação do BTG é de compra das ações da Eletrobras, com preço-alvo de R$ 62.