Setúbal (Portugal), 23 mar (EFE).- O técnico do Real Madrid, o português José Mourinho, agradeceu neste sábado o apoio de seu ex-comandado na Inter de Milão, o atacante macedônio Goran Pandev, nas acusações de desvio de votos na eleição de melhor treinador do mundo e semeou dúvidas sobre seu futuro.
Na apresentação de uma exposição aberta hoje em sua cidade natal, Setúbal, no sul de Portugal, por ocasião de seus 50 anos, Mourinho esclareceu que sua ausência na premiação da Fifa em Zurique não se deve ao fato de não ter sido ele o ganhador.
"Minha intenção foi só uma, a de que as pessoas saibam que não fui, mas não porque não fosse ganhar. Provavelmente não ganharia de qualquer forma. As coisas estão claras e ninguém pode me criticar. Não tenho mais nada a dizer", expressou.
No entanto, o técnico nascido em Setúbal expressou sua gratidão ao macedônio Pandev, que declarou nesta semana que seu voto ao melhor treinador do mundo foi adulterado, apesar de a Fifa ter publicado um documento para provar o contrário.
"Queria agradecer a uma pessoa das muitas que me ligaram. Agradecer àquele que teve a honradez e a força de assumí-lo publicamente, porque sei que não é fácil", disse o técnico, que confirmou que se tratava do apoio do próprio Pandev.
Mourinho, que tem contrato com o Real Madrid, falou enigmaticamente sobre seu futuro e declarou que não será "um drama" se não ganhar a Liga dos Campeões neste ano.
"Todo mundo sabe que tenho espírito aventureiro. Para eles (família) não é fácil. Vamos ver o que acontece. Depois de Inglaterra, Portugal, Itália e Espanha, não é fácil um novo destino. Pode ser um destino repetido", afirmou.
"Há coisas que podem estar a ponto de acontecer e ninguém imagina", disse, ainda mais misterioso.
Mourinho também admitiu o desejo de treinar a seleção de seu país.
"Gostaria ganhar algo com Portugal algum dia. Não será fácil, porque poucos jogadores portugueses jogam no país", declarou. EFE