Zagreb, 28 jun (EFE).- Após a imprensa ter especulado que a Eslovênia poderia ser o sexto país-membro da União Europeia a solicitar ajuda econômica, o governo do país não descartou a possibilidade de recorrer aos fundos da zona do euro para recapitalizar seu setor bancário.
Na noite desta quarta-feira, em Bruxelas, o primeiro-ministro esloveno, Janez Jansa, não descartou a possibilidade de o pequeno Estado balcânico recorrer aos fundos do eurogrupo, informou hoje o jornal "Delo", tido com o principal do país.
Perguntado se a Eslovênia necessitaria mesmo de ajuda, Jansa afirmou que "a resposta para essa pergunta poderá vir à tona no final da exaustiva análise da situação dos bancos, que, por sua vez, já está sendo desenvolvida".
A porta-voz do Ministério das Finanças, Irena Ferkulj, declarou à Agência Efe nesta quinta que "não há fundamento real para uma avaliação de que a Eslovênia possa precisar da ajuda dos mecanismos europeus".
Irena lembrou que o Governo esloveno adotou "inúmeras medidas para consolidar suas finanças públicas, como o reajuste do orçamento para 2012 e a lei de finanças públicas, que limita os gastos públicos". A porta-voz do Ministério das Finanças da Eslovênia também ressaltou a importância da recapitalização do maior banco esloveno, o Novo Banco de Liubliana (NLB).
Os acionistas do NLB confirmaram ontem a adoção de um plano de recapitalização no valor de 381 milhões de euros, por parte do banco belga KBC e do Estado esloveno.
O NLB elevará seu capital em 61 milhões de euro com a emissão de quase 1,49 milhões de novas ações, as quais serão compradas pelo KBC, que possui 25% do banco e aumentará sua participação para 34%.
Desde que entrou na União Europeia (UE) em 2007, a dívida pública eslovena acabou sendo dobrada e, em 2011, chegou aos 47% do Produto Interno Bruto (PIB).
Para contornar essa situação desfavorável, o governo de Jansa adotou uma série de medidas de austeridades em maio com a intenção de economizar 800 milhões de euros neste ano e, por consequência, diminuir o déficit público de 6,4% para 3,5% neste ano.
Há duas semanas, o jornal "Dnevnik" anunciou que a Eslovênia poderia seguir o mesmo caminho da Espanha e pedir ajuda aos fundos de resgate europeus.
Segundo os analistas do país, os bancos eslovenos têm 4 bilhões de euros em créditos tóxicos, e o NLB não é o principal problema do setor. EFE