DAVAO, Filipinas (Reuters) - A polícia filipina culpou rebeldes ligados ao Estado Islâmico, neste sábado, pela bomba que matou 14 pessoas na cidade natal do presidente Rodrigo Duterte e foi um golpe à sangrenta repressão do líder contra as drogas e a militância.
Investigadores disseram que Abu Sayyaf, um grupo do sul das Filipinas conhecido por atos de pirataria, sequestros e decapitações, reivindicou responsabilidade pelo bombardeio da noite de sexta-feira em um mercado de rua em Davao, mas a polícia ainda está tentando autenticar a reivindicação.
O ataque chacoalhou a normalmente calma cidade natal de Duterte, onde o presidente geralmente passa seus fins de semana, aproximadamente 980 quilômetros distante da capital Manila. Ele estava em Davao no momento do bombardeio, mas longe do local da explosão, no lado de fora de um hotel onde ele frequentemente realiza reuniões.
O chefe da polícia nacional, Ronald Dela Rosa, disse que a bomba era de fabricação caseira e que fragmentos de argamassa foram encontrados no local, onde duas "pessoas de interesse" foram filmadas pelas câmeras.
A bomba foi provavelmente armada por Abu Sayyaf, disse, para distrair a atenção do exército de operações para retirá-los de seus redutos nas ilhas de Basilan e Jolo.
O exército, na terça-feira, concordou em mandar mais 2.500 tropas para executar a ordem de Duterte de "destruir" Abu Sayyaf.
"Ao serem ofensivos, eles querem que sejamos defensivos", disse Dela Rosa, em uma entrevista coletiva, neste sábado.
Duterte cancelou o que teria sido sua primeira visita a outro país, neste sábado, para Brunei, e declarou "estado de ilegalidade" para lidar com o que chamou de uma situação extraordinária de segurança.
"Devo declarar estado de ilegalidade violenta neste país", disse Duterte a repórteres, depois de visitar o local da explosão, onde ele assegurou o público que a lei marcial não foi imposta.
(Por Neil Jerome Morales)