Bruxelas, 24 mar (EFE).- O Eurogrupo iniciou neste domingo sua reunião extraordinária para tentar definir o resgate do Chipre, com um atraso de quatro horas, devido as complicadas negociações do presidente Nikos Anastasiadis e a troika (Comunidade Europeia, Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional).
Os ministros de Finanças da zona europeia começaram suas deliberações às 18h (horário de Brasília), em ambiente tenso. Eles estão convencidos que é preciso entrar em acordo nas próximas horas para evitar um colapso do Chipre, garantindo a estabilidade monetária europeia.
Anastasiadis esteve reunido desde às 10h (horário de Brasília) com os presidentes do Conselho Europeu e da Comunidade Europeia, Herman Van Rompuy e José Manuel Durão Barroso, com o vice-presidente da CE, Olli Rehn, com o presidente do BCE e a diretora-gerente do FMI.
O objetivo era tentar avançar o máximo possível em direção a um acordo, algo que não foi obtido, segundo fontes diplomáticas.
O atraso do início do Eurogrupo reflete, não só a tensão das complexas negociações, mas também a tentativa por parte de Van Rompuy e de Barroso, de mediar as partes e forjar um consenso, que possa ser apresentado aos ministros de Finanças para afinar os detalhes técnicos.
As divergências aconteceram principalmente com Christine Lagarde, representante do FMI, sobre as exigências da reestruturação do Banco do Chipre, e que o governo assuma as dívidas do Banco Laiki, que acumula dívidas de 9,5 bilhões de euros.
No Chipre, a imprensa publicou que Anastasiadis teria ameaçado renunciar se essas medidas tivessem que acontecer.
"Estamos fazendo o máximo pelo Chipre", publicou o presidente em sua conta no Twitter, durante as complicadas negociações.
Em sua chegada ao local das reuniões, os ministros de Finanças ressaltavam a importância das negociações, mas admitiam que esperavam um longo caminho até que fosse possível chegar ao acordo.
Alguns ministros, como o irlandês Michael Noonan, consideraram que a situação no Chipre se deteriorou na última semana devido à incerteza. O alemão Wolfgang Schäuble, por sua vez, mostrou posição mais dura: "Podemos chegar hoje a um acordo, mas isso requer que no Chipre se veja a situação com certo realismo".
O ministro da Economia francês Pierre Moscovici, garantiu que a busca será por encontrar uma "uma solução global e justa", garantindo haver possibilidade de "contágio" na economia da Europa. EFE