Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - As vendas no varejo brasileiro recuaram 0,1 por cento em fevereiro sobre o mês anterior, contrariando as expectativas de leve alta, e na comparação anual tiveram a maior queda em mais de uma década, destacando a dificuldade do setor em deslanchar em meio ao cenário de fragilidade econômica deste ano.
Na comparação com fevereiro de 2014, as vendas varejistas recuaram 3,1 por cento, maior queda desde agosto de 2003 (-5,7 por cento), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
Para piorar o cenário do início do ano, o IBGE ainda revisou para baixo as vendas de janeiro sobre o mês anterior, para uma alta de 0,3 por cento contra aumento de 0,8 por cento divulgado anteriormente.
Os resultados de fevereiro foram piores do que as expectativas em pesquisa da Reuters, que apontavam alta de 0,30 por cento na comparação com janeiro e queda de 2,15 por cento sobre fevereiro de 2014.
De acordo com o IBGE, cinco das oito atividades pesquisadas no varejo restrito apresentaram queda mensal no volume de vendas em fevereiro, com destaque para combustíveis e lubrificantes, com recuo de 5,3 por cento ante janeiro. Em relação ao mesmo mês do ano passado, essa atividade teve queda de 10,4 por cento como reflexo da alta dos preços, devido ao aumento das alíquotas de PIS/Cofins sobre a gasolina e o diesel.
No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, o volume de vendas caiu 1,1 por cento em fevereiro sobre o mês anterior e despencou 10,3 por cento ante o mesmo período de 2014.
(Reportagem adicional de Pedro Fonseca no Rio de Janeiro)