PARIS (Reuters) - As ações da Renault subiram para uma máxima de sete anos nesta sexta-feira depois que vendas trimestrais acima das previsões ofuscaram sinais de tensões crescentes com o governo da França acerca de sua influência sobre a montadora.
As vendas saltaram 13,7 por cento para 9,39 bilhões de euros (10,14 bilhões de dólares) no período de janeiro a março, com uma recuperação no mercado automotivo europeu mais do que compensando o colapso da demanda na Rússia e economias emergentes fracas.
No entanto, o forte desempenho vem em meio a sinais de tensões com o Estado francês, que está buscando aumentar seus direitos de voto no negócio --algo que a Renault alertou que poderia colocar em risco a "sobrevivência e sucesso" de sua aliança com a montadora japonesa Nissan.
Duas pessoas com conhecimento do assunto disseram à Reuters na quinta-feira que o ministro francês da Economia, Emmanuel Macron, escreveu ao chefe da Renault, Carlos Ghosn, para defender a posição do governo.
Elas disseram que a carta de 21 de abril foi circulada no Conselho da Renault e interpretada por alguns como um alerta contra retaliações.
A Renault atribuiu a modelos recentes, incluindo o subcompacto Clio e o mini utilitário esportivo Captur, a alta de 9,9 por cento nos emplacamentos na Europa no primeiro trimestre que superou o mercado mais amplo. A companhia também elevou sua projeção de crescimento no mercado europeu em 2015 para 5 por cento ante 2 por cento.
Às 9h30 (horário de Brasília), os papéis da companhia subiam 3,5 por cento a 96,910 euros, após alcançar 99,19 euros na sessão, o maior patamar desde dezembro de 2007.
Os emplacamentos da montadora no mundo tiveram crescimento mais modesto, de 0,8 por cento, contido por economias mais fracas na América do Sul e particularmente pela Rússia, onde os emplacamentos despencaram sob o peso de sanções internacionais e um rublo mais fraco e volátil.
(Por Laurence Frost e Dominique Vidalon)