Arena do Pavini - As reservas dos planos de previdência privada aberta, aqueles vendidos em bancos e corretoras para qualquer investidor, totalizaram R$ 857,9 bilhões no primeiro trimestre de 2019, volume 10% superior ao do mesmo período do ano anterior. A captação líquida, porém, caiu 3,8% em relação ao primeiro trimestre de 2018.
Já o número de participantes caiu, de 13,4 milhões em março do ano passado para 13,1 milhões este ano, apesar das discussões em torno da reforma da Previdência, que deveriam despertar o interesse pela previdência privada. Houve também uma mudança no perfil dos investimentos, com aumento da procura por fundos multimercados devido à queda dos juros. Os dados foram divulgados hoje pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), que representa 67 seguradoras e entidades abertas de previdência complementar no país.
Mais multimercados
Segundo a FenaPrevi, a trajetória de juros baixos mudou um pouco as aplicações dos investidores nos últimos tempos. Eles estão se deslocando gradativamente para aplicações de maior risco, especialmente os fundos multimercado, em busca de maior rentabilidade. Até março deste ano, 11,26% dos recursos dos fundos de previdência aberta estavam aplicados em multimercados, índice que era de 10,2% em 2018, 8,1% em 2017 e 5,7% em 2016. Ou seja, em três anos, a fatia de multimercados passou de 5,7% para 11,26%, mais que o dobro. A imensa maioria dos recursos segue, porém, em renda fixa.
Por tipo de fundo, os planos Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL, que não permitem abater as contribuições do imposto de renda) concentra o maior volume das reservas, com 77,9%. Isso se deve ao fato de que esse tipo de plano é usado para planejamento fiscal e sucessório para clientes de alta renda, já que seu saldo não entra nos inventários e sua tributação é menor que a dos fundos de investimentos normais. Já os Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL, que permite aos assalariados que recolhem o INSS deduzir as contribuições na Declaração do Imposto de Renda até 12,5% da renda tributável) representam 17,8% das provisões. Os planos mais antigos, chamados de “tradicionais”, respondem por 4,2% do total aplicado, de acordo com dados do balanço da Federação.
Contribuições crescem e captação atinge R$ 8,6 bi
As contribuições a planos de previdência aberta somaram R$ 26,3 bilhões no primeiro trimestre, resultado 3,5% superior aos aportes verificados no mesmo período em 2018, quando totalizaram R$ 25,4 bilhões. Os dados da Federação mostram que a captação líquida também segue em campo positivo, com saldo de R$ 8,6 bilhões, mas 3,8% inferior à do mesmo trimestre de 2018, quando atingiu R$ 8,94 bilhões.
“As contribuições cresceram e apresentaram uma recuperação em relação ao primeiro trimestre de 2018, quando os aportes tiveram uma retração de 9,1%”, analisa Jorge Nasser, presidente da FenaPrevi.
Planos individuais concentram captação
Na análise por tipo de contratação de planos, a modalidade individual respondeu por R$ 23,1 bilhões das novas contribuições, os planos para menores por R$ 440 milhões, e os planos coletivos, de empresas, registram R$ 2,8 bilhões em novas contribuições. Em relação às famílias de produtos, segundo a federação, o VGBL recebeu R$ 23,8 bilhões e o PGBL R$ 2,2 bilhões dos aportes. Já nos planos tradicionais, as contribuições foram de R$ 200 milhões.
Número de participantes cai 2%, para 13,1 milhões
Os dados da federação mostram que no primeiro trimestre foram contabilizados 13,1 milhões de pessoas com planos de previdência, sendo 10 milhões de participantes com planos individuais e 3,1 milhões com planos coletivos (oferecidos em forma de benefícios aos colaboradores, e planos contratados por sindicatos e associações de classes para adesão de seus associados).
O número representa uma queda de 2,2% sobre março do ano passado. No ano passado, o total era de 13,4 milhões de participantes, sendo 3,1 milhões em planos coletivos e 10,3 milhões em individuais.
O total de participantes representa hoje 6,22% da população e 14,35% dos brasileiros com alguma ocupação no mercado de trabalho.
Por Arena do Pavini