SÃO PAULO (Reuters) - O presidente da estatal Furnas, subsidiária da Eletrobras (SA:ELET3), disse em encontro com sindicalistas que a companhia foi avaliada em entre 14 bilhões e 18 bilhões de reais pela gestora de recursos 3G Radar, afirmou à Reuters o diretor de assuntos jurídicos do Sindicato dos Eletricitários de Furnas (Sindefurnas), Rogério Araujo, nesta terça-feira.
De acordo com Araujo, que participou na semana passada de encontro com o presidente de Furnas, Flávio Decat, a estatal estuda uma abertura de capital que envolveria até 30 por cento da empresa, mas o movimento ainda não tem aval da holding Eletrobras e nem do governo federal.
Decat teria revelado a lideranças sindicais que Furnas foi avaliada em 14 bilhões de reais, que poderiam chegar a 18 bilhões se considerados valores que a companhia reclama junto ao governo federal-- como indenizações pela renovação antecipada de concessões de geração e transmissão de energia em 2012 e uma compensação parcial por perdas das hidrelétricas da empresa com a seca em 2015.
Já o estudo sobre a abertura de capital da companhia poderia ficar pronto em um período de seis meses a um ano e meio, uma vez que a Eletrobras autorizasse sua realização.
"Em um primeiro momento estamos buscando estudar a proposta e verificar o que isso poderia trazer de benefícios aos empregados e à própria empresa. Mas a gente se posicionou contra qualquer coisa que possa levar a uma privatização da empresa", afirmou Araujo, do Sindefurnas.
Procurada, a 3G Radar não quis comentar.
A 3G Radar é uma gestora de recursos com participação minoritária da 3G Capital, empresa de private equity que tem entre os sócios os bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.
Furnas disse, por meio da assessoria, que apenas a Eletrobras poderia falar sobre o assunto. Já a holding Eletrobras reafirmou que não estuda o assunto e que "qualquer avaliação que porventura existe... é preliminar e inicial, no âmbito exclusivo de Furnas".
(Por Luciano Costa)