SÃO PAULO (Reuters) - Economistas ouvidos semanalmente pelo Banco Central aumentaram suas projeções para inflação este ano e no próximo e passaram a ver menor corte da taxa básica de juros em 2017, em meio à persistente alta de preços sobretudo dos alimentos.
Pesquisa Focus do BC também mostrou que o Top 5 --grupo que mais acerta as previsões-- voltou a ver que a autoridade monetária vai reduzir a Selic, hoje a 14,25 por cento, neste ano.
O levantamento, divulgado nesta segunda-feira, mostrou que a estimativa para a alta do IPCA este ano subiu para 7,34 por cento, sobre 7,31 por cento na pesquisa anterior, estourando ainda mais a meta do governo, de 4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Para 2017, as expectativas sobre o IPCA subiram pela primeira vez após dez semanas, para 5,14 por cento, frente a 5,12 por cento do Focus anterior.
Apesar de recentemente ter perdido um pouco da força, os preços dos alimentos continuavam colocando pressão sobre a inflação. O IPCA-15, prévia do indicador oficial, mostrou alta próxima de 9 por cento em 12 meses acumulados até agosto.
Para a Selic, segundo o Focus, a projeção para o fim de 2017 subiu a 11,25 por cento, sobre 11 por cento na semana anterior, o primeiro movimento de alta após oito semanas de estabilidade.
A estimativa para a taxa básica de juros ao final deste ano foi mantida em 13,75 por cento.
O Top 5, por sua vez, voltou a ver a Selic no fim deste ano a 13,75 por cento, após indicar na semana passada que não haveria corte do juros básico até o fim do ano. Para 2017, a projeção permaneceu em 11,25 por cento.
O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne esta semana para definir o rumo da Selic e a expectativa é que seja mantida nos atuais 14,25 por cento.
O Focus mostrou ainda que a expectativa dos economistas para a retração do Produto Interno Bruto (PIB) este ano passou a 3,16 por cento, sobre 3,20 por cento na semana anterior. Para 2017, a expansão esperada era de 1,23 por cento, ante 1,20 por cento na semana passada.
Houve forte queda nas projeções de expansão da produção industrial de 2017, que passou a 0,50 por cento, sobre 1,05 por cento.
(Por Flavia Bohone)