Por Michael Nienaber
BERLIM (Reuters) - O futuro da Europa vai depender em grande parte da atitude da Alemanha em relação à crise migratória, e outros países devem mostrar mais solidariedade, lidando conjuntamente com esse desafio histórico, disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, nesta segunda-feira.
Líderes da União Europeia (UE) discutem o controle da migração com dirigentes africanos na quarta-feira, e Tusk convocou uma reunião informal com os chefes de Estado do bloco sobre a crise de refugiados para a quinta-feira.
Tusk tem enfatizado a urgência de reforçar o controle nas fronteiras europeias, enquanto a chanceler alemã, Angela Merkel, tem pressionado para que os países mostrem "solidariedade" e dividam a responsabilidade pelos refugiados.
Falando em Berlim no 26° aniversário da queda do Muro de Berlim, Tusk descreveu a Alemanha e Merkel pessoalmente como exemplos dos melhores valores europeus.
"Aqueles que acreditam que a Alemanha é aberta demais, é tolerante demais, é liberal demais, esqueceram de fazer o dever de casa sobre a nossa história trágica", declarou Tusk, ex-premiê polonês.
"Vocês querem uma Alemanha que é aberta, tolerante, solidária, que simpatiza com os fracos e com os pobres, em outras palavras, a Alemanha de Angela Merkel, ou uma Alemanha fechada, fria e impiedosa? Há somente uma resposta", acrescentou ele.
Assim, outros países europeus devem ser solidários com a Alemanha "nesses tempos difíceis e desafiadores", disse ele.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Junker, tem acusado líderes de países de minar os esforços para lidar com a crise migratória ao não honrar as promessas de dinheiro e outros recursos.
A Alemanha, por outro lado, deve se dar conta de que é responsável não só pela "sua mensagem moral", mas mais ainda por toda a comunidade política dos europeus", afirmou Tusk.
Ele pediu que a Alemanha ofereça uma liderança forte, ajudando a assegurar as fronteiras externas da Europa e protegendo o continente de um aumento do populismo radical.
"Se a Europa vai sobreviver como um continente de liberdade, de Estado de direito, respeito pelo indivíduo e de segurança para os seus habitantes, isso vai depender em grande medida dos alemães."
((Tradução Redação São Paulo, +5511 56447719))
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