Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa firmava-se em alta nesta quinta-feira, pelo segundo pregão seguido, com as ações de bancos e da Petrobras entre os principais suportes nesta sessão, embora em um ambiente ainda volátil determinado pelo Covid-19, com a queda do dólar ante o real pressionando os papéis de exportadoras.
Além de questões atreladas à pandemia, tensões comerciais também estão no radar no exterior, enquanto, no Brasil, o cenário político-econômico também ocupa o holofote.
Às 11:51, o Ibovespa subia 1,78 %, a 82.762,59 pontos. Na máxima até o momento, chegou a 83.308,96 pontos. O volume financeiro era de 8,4 bilhões de reais.
O Goldman Sachs apontou que a América Latina oferece o maior valor entre ações de mercados emergentes, com a bolsa paulista provavelmente a melhor candidata a uma recuperação, conforme relatório a clientes no final da quarta-feira.
"As ações brasileiras em dólares têm sido o ativo com o pior desempenho em meio ao 'sell-off' de mercados emergentes, e recomendamos a investidores que comprem Bovespa", afirmaram os estrategistas, citando entre os fatores espaço de recuperação no mercado brasileiro com a melhora do risco global e relacionamento historicamente próximo com preços de commodities.
No exterior, Wall Street não tinha um viés único, conforme tensões comerciais entre Estados Unidos e China e resultados divergentes de varejistas traziam receios sobre o ritmo de recuperação das economias afetadas pelo coronavírus.
No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira, em reunião com governadores, sanção ao projeto de auxílio de 60 bilhões de reais a Estados e municípios.
Durante a reunião, da qual também participaram os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente pediu apoio aos governadores ao veto referente ao aumento para servidores públicos.
DESTAQUES
- ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN (SA:BBDC4) avançavam 3,47% e 4,13%, respectivamente, puxando a alta do Ibovespa. BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) tinha alta de 4,68%.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) ganhava 2,02%, tendo de pano de fundo a alta dos preços do petróleo no exterior. O BTG Pactual (SA:BPAC11) também afirmou que os ADRs da petrolífera ainda oferecem um bom ponto de entrada e reiteraram recomendação 'compra', com preço-alvo de 10 dólares para os ADRs e de 28 reais para as preferenciais negociadas na bolsa paulista.
- CYRELA ON (SA:CYRE3) ganhava 7,07%, em sessão positiva para o setor como um todo, com o índice do segmento na bolsa em alta de 4,16%. Ações de incorporadoras tendem a se beneficiar de um cenário de juros menores, uma vez que tal movimento amplia a diferença entre a taxa de retorno e o custo da divida. No mesmo contexto, BRMALLS ON subia 6,86%.
- AZUL PN (SA:AZUL4) e GOL (SA:GOLL4) PN subiam 5,94% e 4,73%, respectivamente, diante das expectativas mais positivas de reabertura das economias. Ambas as companhias áreas anunciaram aumento de voos para o mês de junho. A forte queda do dólar ante o real era mais um componente benigno.
- SUZANO (SA:SUZB3) ON perdia 3,01%, com papéis de exportadoras entre os destaques negativos na esteira da queda do dólar ante o real. No setor de papel e celulose, KLABIN UNIT (SA:KLBN11) recuava 1,66%. Entre as companhias de proteínas, MARFRIG ON (SA:MRFG3) cedia 2,37%, MINERVA ON (SA:BEEF3) caía 2,43% e JBS ON (SA:JBSS3) mostrava declínio de 2,76%.
- VALE ON (SA:VALE3) cedia 0,99%, mesmo com os futuros do minério de ferro fechando acima dos 100 dólares por tonelada nesta quinta-feira, com preocupações sobre um aperto na oferta do Brasil, onde a epidemia de coronavírus se agrava, compensando perspectivas fracas para a demanda global por aço.
- IRB BRASIL (SA:IRBR3) RE ON caía 1,45%, após forte valorização na véspera e tendo de pano de fundo comunicado da Lazard Asset Management à resseguradora de que alienou ações da companhia em nome de seus clientes, reduzindo a participação para aproximadamente, 3,78% do total de ações do IRB.