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Importador aponta preço 'predatório' da Petrobras, que vê ineficiente perder espaço

Publicado 08.01.2021, 19:02
Atualizado 08.01.2021, 20:10
© Reuters. Caminhão-tanque em refinaria da Petrobras em Canoas (RS)

Por Roberto Samora e Marta Nogueira

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) protocolou nesta sexta-feira novo ofício no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) alertando sobre o que considera práticas de preços de combustíveis "predatórias" pela Petrobras (SA:PETR4).

A medida, disse o presidente-executivo da Abicom, Sérgio Araujo, ocorreu porque há "fortes indícios" de que o governo está interferindo nos preços da Petrobras, "com prejuízos para importadores e acionistas".

Procurado, o Ministério de Minas e Energia disse que "os preços de combustíveis no Brasil são livres e acompanham as tendências de mercado". A Petrobras, por sua vez, afirmou à Reuters que os custos efetivos de importação variam de agente para agente e deve-se ter cautela quanto às declarações da Abicom, pois "é natural que agentes menos eficientes sejam os primeiros a perder espaço em um momento de maior competição".

Mas, segundo Araujo, a situação está "insuportável" para importadores de combustíveis, pois há defasagem de preços de diesel e gasolina da petroleira ante o mercado global, o que prejudica negócios de empresas privadas.

De acordo com dados da associação, a defasagem média do preço do diesel está em 0,22 real por litro, enquanto a da gasolina se encontra em 0,31 real.

À Reuters, ele disse até que "havia expectativa de todo o mercado de que os preços seriam ajustados hoje", o que não ocorreu.

Araujo afirmou ainda que o novo ofício protocolado no Cade traz mais informações sobre as práticas da Petrobras, sem detalhar.

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O Cade disse que recebeu o ofício da Abicom e está analisando o documento.

"Adicionalmente, informamos que o Cade não comenta processos em análise na autarquia", acrescentou.

Em nota, a Petrobras esclareceu que a diferença nos custos efetivos de importação dependem de características como, por exemplo, as relações comerciais nos mercados internacional e doméstico, o acesso à infraestrutura logística e a escala de atuação.

"Por esse motivo, a declaração da Abicom deve ser vista com extrema cautela, ao pretender um aumento de preços que 'proteja' a atuação de agentes menos eficientes, cujo efeito prático se traduziria em maiores preços ao consumidor", afirmou a estatal.

A companhia ainda disse que seguem mantidos os princípios que balizam suas prática de precificação, como preço de paridade de importação (PPI), margens para remuneração dos riscos inerentes à operação, e nível de participação no mercado.

"A Petrobras reafirma sua autonomia para precificação de seus produtos e seu compromisso com a prática de preços alinhados com as cotações internacionais, o que pode ser demonstrado pela continuidade das importações de diesel e gasolina por diversos agentes, distribuidoras e trading companies, por todo ano de 2020", acrescentou.

A queixa da Abicom lembra tempos em que a Petrobras acumulava prejuízos bilionários devido a controle de preços de combustíveis, para evitar uma pressão inflacionária, especialmente durante o último governo petista.

Na oportunidade, a companhia não repassava altas de preços internacionais, em um mercado que era crescente.

Nos último anos, entretanto, a Petrobras passou a realizar reajustes de preços mais frequentes.

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MERCURIA SUSPENDE EXPANSÃO

A situação de preços, em meio a um mercado de combustíveis mais fraco por conta da pandemia, teria levado uma importante trading internacional, a Mercuria, a suspender investimentos previstos para expandir um terminal de armazenamento de combustíveis no porto de Paranaguá (PR), disseram duas fontes com conhecimento do assunto.

Atualmente, segundo informações no site da Mercuria, a empresa tem 53 mil metros cúbicos de capacidade em terminal chamado Terin, em Paranaguá.

As fontes, que falaram na condição de anonimato, não deram detalhes sobre como seria a expansão.

Procurada, a Mercuria afirmou que não iria comentar a informação.

"Todas as importadoras que investiram no passado acreditaram que a Petrobras permitiria o desenvolvimento desse mercado", disse uma das fontes, ao se queixar da defasagem de preços.

Araujo, da Abicom, não quis comentar a questão da Mercuria, mas confirmou que a empresa não mais integra a associação.

O setor de combustíveis no Brasil vem sofrendo impactos da pandemia de Covid-19, que reduziu o consumo.

As importações de derivados de petróleo pelo Brasil acumularam queda de cerca de 19% de janeiro a novembro, segundo dados mais recentes da reguladora ANP, que sinalizam que as compras de combustíveis pelo país podem ser as menores em cerca de cinco anos, em meio a impactos da pandemia.

(Por Roberto Samora e Marta Nogueira; reportagem adicional de Julia Payne, em Londres)

Últimos comentários

Cade a "eficiencia privada"???
Viva chê, viva maduro!
Pô, mas não é livre mercado, livre concorrência? Reclamando do quê?
Por aí já podemos esperar pouco ou nada de privatizações.. O governo não vai largar essa carta na manga de poder interferir nas estatais que são grandes players em seus setores, e conseguem sozinhas, sem depender de cartel, interferir nos preços
realmente é estranho petrobras não ter aumentado preço da gasolina e diesel, pois tanto dólar como petróleo tiveram baita aumento em 2021 e nada foi repassado. Se voltar ao tempo de segurar preço, ações voltam a cair
Se aumenta o preço é porque aumenta o preço, se não aumenta é porque não aumentou. A Petrobras segue uma fórmula de reajuste que tem diversos parâmetros, não somente o preço do dólar. Se estiver seguindo essa fórmula, está dentro da normalidade.
preço da gasolina na refinaria R$1,80preço no posto no RJ 5,00A culpa é da Petrobrás? Do posto? ou dos Governos ineficientes, perdulários e irresponsáveis?
Não é o preço que está defasado...é o dólar.
Depois que privatizar a petrobras nao vai atrapalhar mais. Preços nas alturas, não é isso que o povo quer?
Pare de pensar em Real...petróleo é uma Commodity, cotada em dólar. É o dólar que está defasado. São esses auxílios sem produção que impedem o aumento de quem trabalha e produz e por consequência, o aumento do valor do dólar e dos salários. Essa cotação que está aí é artificial, não reflete o pouco valor de nosso papel pintado.
Bom, pelo que entendi, Silva, se o dólar subir mais fica certo? O importador está se queixando que o preço da BR está baixo e eles não conseguem colocar o produto que compram fora justo por isso.
Esse povo precisa se decidir.E ainda falam em privatizar a Petrobras....Se depender do Liberalismo o litro da gasolina deveria estar uns 6 reais.kkkkkk
 ---   TA   fazendo  errado  ,   vc  esta  só  passando  o  valor  da  gasolina  em  EUROS  para  reais  ,   na  Europa  a  gasolina  é  mais   cara  sim  ,  mas  la  os  EUROPEUS   ganham   umas   5  vezes   mais   que  um   Brazuca
Claro, os EUA são autossuficientes, produzem o próprio consumo, podem vender para si mesmos até pelo preço do custo. Quem produz petroleo na Europa? O continente inteiro produz diariamente menos que o Brasil.
Levando em conta que o mesmo motor calibrado para a nossa gasolina G72,5/27,5E tem 20% a mais no consumo. Na verdade, a mistura exagerada de etanol distorce o preço final. Se nesse mix o preço ao consumidor é R$4, tendo Etanol 30% mais barato, a gasolina equivale a 4,80/L.
Só tem malandro. Os importadores privados estão se fudendo é querem que a Petrobrás resolva o problema deles? Vai lá falar com Bolsonaro que a Petrobrás está controlando preço. Só tem esperto! Nego não tem vergonha na cara mesmo.
É proibido vender barato agora,? se os custos da empresa estão sendo cobertos e há margem de lucro os demais players que tratem de reduzir seus custos.
no caso não é proibido, mas a Petrobras está quebrando os seus contratos de fornecimento ao fazer isso, prejudicando a cadeia toda. no fim isso vira custo
e os consumidores e transportadores como é que fica ??? já está caro o DIESEL, tem cair o PREÇO porrrraaaa
Na verdade, os preços de todos os produtos tem que aumentar para compensar a defasagem cambial. Tem que cessar todo e qualquer auxílio. Só tem direito a quem cumprir dever. Daí, pode se pensar em aumento salarial que compense os aumentos de produtos...19 milhões trabalham para bancar 200 milhões...fica difícil.
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