Por Andy Sullivan
SANDY SPRINGS, Estados Unidos (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou os democratas nesta quarta-feira por obstruírem a agenda do governo, um dia depois de uma candidata republicana vencer uma eleição legislativa na Geórgia vista por muitos como um referendo sobre sua turbulenta Presidência.
Ex-secretária de Estado da Geórgia, Karen Handel derrotou o novato democrata Jon Ossoff na terça-feira com uma percentual de 52 por cento dos votos. A vitória na disputa legislativa mais cara da história foi um golpe para os democratas, que lutavam para conquistar um distrito nos arredores de Atlanta que os republicanos comandam desde os anos 1970.
A eleição não irá alterar significativamente o equilíbrio de poder em Washington, onde os republicanos controlam a Casa Branca e as duas Casa do Congresso.
Também na terça-feira os democratas perderam uma eleição especial na vizinha Carolina do Sul, onde o republicano Ralph Norman derrotou facilmente o opositor Archie Parnell e ficou com uma cadeira antes ocupada pelo correligionário Mick Mulvaney, hoje diretor de orçamento de Trump.
As vitórias podem aumentar a confiança dos republicanos, que vêm tendo dificuldade para aprovar as reformas da saúde e tributária, prejudicadas por disputas internas e por investigações sobre um possível conspiração da campanha de Trump com a Rússia na eleição presidencial do ano passado.
"Os democratas fariam muito melhor como partido caso se unissem aos republicanos no Sistema de Saúde, nos Cortes de Impostos, na Segurança", tuitou Trump na manhã desta quarta-feira. "A obstrução não funciona!".
Agora os republicanos também podem suspirar aliviados por saberem que ainda conseguem vencer no tipo de distrito abastado e educado que muitas vezes favorece os democratas -- e mesmo com um presidente que dividiu os eleitores de seu próprio partido.
Após a vitória de terça-feira, Handel agradeceu Trump em seu comício de comemoração.
"Esta noite me coloco diante de vocês extraordinariamente humilde e honrada com o privilégio tremendo e a responsabilidade enorme que vocês... me deram", disse Handel a uma plateia entusiasmada que gritava o nome de Trump.
Ela e seu adversário procuraram se concentrar em temas locais e evitaram mencionar Trump, cujo índice de aprovação está em 37 por cento, de acordo com uma pesquisa Reuters/Ipsos.
(Reportagem adicional de Amanda Becker e Susan Heavey, em Washington)