SÃO PAULO (Reuters) - As vendas de ônibus no Brasil costumam receber um impulso em anos de eleições, mas para o setor de veículos isso não deve ocorrer este ano diante da crise econômica que tem pressionado o orçamento de prefeituras e Estados, afirmou nesta quarta-feira a associação que representa a indústria, Anfavea.
Segundo o vice-presidente da Anfavea Marco Saltini, também executivo da fabricante de caminhões e ônibus MAN, do grupo Volkswagen, já não é mais possível esperar uma recuperação do segmento diante da proximidade das eleições municipais de outubro, que impede novas licitações.
"Estamos no período em que já não se pode mais comprar ônibus pelas prefeituras", disse Saltini nesta terça-feira. "Este ano deveria ter havido licitações, mas não é isso que ocorreu", afirmou Saltini a jornalistas.
"Os Estados, por exemplo, estão com dificuldade de honrar folha de pagamento e o poder concedente da cidade de São Paulo já permitiu que as empresas de ônibus ultrapassem o prazo (de 10 anos para utilização dos veículos no transporte público)", acrescentou.
Segundo os dados da Anfavea, o segmento de ônibus, que tem a Marcopolo (SA:POMO4) como a principal fornecedora de carrocerias, apresentou a maior queda nas vendas de veículos no primeiro semestre, de 41 por cento sobre um ano antes, a 5.683 unidades.
O segmento de caminhões apresentou recuo de 31,4 por cento, a 25.589 unidades, e o de veículos leves acumulou baixa de 25,1 por cento, a 952,2 mil unidades.
(Por Alberto Alerigi Jr.)