SÃO PAULO (Reuters) - O grupo espanhol de investimentos em infraestrutrutura Isolux Corsán avalia se precisará vender ativos no Brasil para gerar caixa, mesmo após fechar nesta semana um acordo de refinanciamento com credores na Espanha para normalizar suas operações em meio a elevadas dívidas.
A situação financeira do grupo, que possui cerca de 4,7 mil quilômetros em linhas de transmissão de energia em operação no Brasil e empreendimentos ainda a serem construídos, tem preocupado alguns investidores do setor, que apontam que a companhia pode ser "uma nova Abengoa".
Também espanhola, a Abengoa abandonou todas obras em andamento no Brasil no final do ano passado, quando sua matriz entrou com pedido preliminar de recuperação judicial na Espanha.
"Com o acordo, abrem-se novas possibilidades para a gestão do grupo, o que não significa que a possível venda de ativos no Brasil esteja descartada", afirmou a empresa em nota enviada pela assessoria de imprensa.
O acordo fechado na Espanha envolveu cerca de 90 por cento dos credores do grupo, o que envolverá um aporte imediato de 150 milhões de euros na companhia pelos bancos. Outros 50 milhões de euros já haviam sido injetados por bancos na companhia anteriormente.
O acordo de refinanciamento prevê a conversão de parte da dívida do grupo em ações, o que fará com que os credores passem a ter 95 por cento do capital da Isolux Corsan, enquanto os atuais acionistas ficarão com 5 por cento.
(Por Luciano Costa)