Kiev, 24 jun (EFE).- Inglaterra e Itália fizeram uma partida bastante movimentada neste domingo no Estádio Olímpico de Kiev, principalmente no tempo normal, mas mesmo assim empataram sem gols durante 120 minutos e decidiram a última vaga nas semifinais da Eurocopa nos pênaltis, em que a 'Azzurra' venceu por 4 a 2.
Campeões continentais em 1968, os italianos não sabiam o que é se colocar entre os quatro melhores da Europa desde 2000, quando perderam para a França na final e ficaram com o vice. Para o 'English Team' o jejum é ainda maior e dura desde 1996.
Apesar de primarem por um bom sistema defensivo, as duas seleções buscaram o ataque desde o apito inicial e fizeram uma partida movimentada, com mais emoção, por exemplo, que o duelo entre Espanha e França, no sábado, entorno do qual a expectativa era maior.
A equipe do técnico Cesare Prandelli se preparará agora para enfrentar a Alemanha. A partida, uma repetição da semifinal da Copa do Mundo de 2006, entre várias outras decisões, está marcada para a próxima quinta-feira, no Estádio Nacional de Varsóvia.
Na seleção italiana, o polêmico Balotelli voltou a ser titular no ataque, formando dupla com Cassano. Machucados, Chiellini e Thiago Motta foram substituídos por Bonucci e Montolivo, respectivamente.
Sem desfalques, o técnico Roy Rodgson repetiu a escalação do duelo contra a Ucrânia, na última terça-feira. Mesmo tendo sido decisivo no triunfo contra a Suécia, na segunda rodada, o meia-atacante Theo Walcott começou no banco de reservas.
Quem esperava um jogo truncado foi surpreendido assistindo a um confronto aberto e cheio de alternâncias. Com menos de cinco minutos, as duas seleções estiveram perto de abrir o placar. Primeiro foram os italianos, com De Rossi, que aos três minutos recebeu de Marchisio, chutou com efeito e carimbou a trave direita. Um minuto depois, Milner rolou para a área, Glen Johnson completou e Buffon fez linda defesa.
A Inglaterra começou melhor e voltou a levar perigo aos 13 minutos. Johnson levantou na medida para Rooney, que mesmo marcado conseguiu o cabeceio e tirou tinta do travessão.
No entanto, a 'Azzurra' também tinha suas chances, a maioria delas com Balotelli. Aos 25, o atacante saiu cara a cara com Hart, seu companheiro de clube no Manchester City, mas demorou a definir o que faria. Ele ainda tentou o toque por cobertura, mas foi travado por Terry.
Na sequência, aos 31 minutos, Montolivo fez boa jogada individual e alçou a bola na área. Balotelli acertou o voleio, mas sem muita força, e Hart segurou firme.
Embora o 'English Team' também atacasse, eram os italianos que incomodavam mais. Aos 37, Cassano bateu da entrada da área, e o goleiro pegou em dois tempos. Ainda antes do intervalo, aos 41, Pirlo cruzou, Cassano escorou de cabeça e, dentro da pequena área, Balotelli chutou como deu e mandou por cima.
A segunda etapa começou com um susto para os ingleses. Logo aos dois minutos, Pirlo bateu escanteio e Hart afastou mal. Na sobra, Marchisio tocou de cabeça e De Rossi, sozinho, conclui à direita.
E o sufoco imposto pelos italianos era grande. Minutos depois, aos sete, Pirlo arriscou de fora da área, o goleiro espalmou para frente, voltou a defender quando Balotelli pegou o rebote e contou com a sorte, já que Montolivo chegou chutando por cima.
Após alguns minutos de alívio para a Inglaterra, a Itália voltou ao ataque aos 14 minutos. Balotelli ganhou a disputa com Terry, ajeitou e virou uma bicicleta, encobrindo a meta de Buffon.
Diante do maior volume de jogo do adversário, Roy Rodgson então mexeu na equipe inglesa, colocando Walcott e Carroll nas vagas de Milner e Carroll. Instantes depois de entrar, aos 18 minutos, o centroavante do Liverpool recebeu cruzamento, mas não conseguiu concluir. A bola ficou com Young, que foi pressionado e finalizou para fora.
Aos poucos, as duas seleções foram diminuindo o ritmo, receosas de sofrerem um gol e não conseguirem reverter. As tentativas eram mais despretensiosas, como a de Pirlo, que aos 29 minutos chutou da intermediária e carimbou Lescott. Aos 31, os ingleses responderam em cobrança de falta de Gerrard, que passou por todo mundo e morreu nos braços de Buffon.
Em jogada polêmica, aos 41, os ingleses pediram pênalti. Gerrard fez o chuveirinho em mais uma infração e Terry foi puxado por Balzaretti, mas o árbitro português Pedro Proença mandou seguir.
Ainda houve tempo antes da prorrogação para mais duas oportunidades de gol. Aos 44, Nocerino foi lançado dentro da área, dominou e armou a finalização, mas Johnson apareceu no momento certo e travou o meia italiano; nos acréscimos, Carrol cabeceou para o meio e Rooney deu uma bicicleta, que foi por cima.
O tempo extra foi basicamente de chutes de longe e lançamentos para a área, e a Itália continuava mais operante. Aos dez minutos do primeiro tempo, Diamanti levantou da direita, a bola passou por todo mundo e beijou a trave direita de Hart, que apenas assistiu.
Recuado, o 'English Team' era cada vez mais sufocado. Aos cinco minutos da segunda etapa, Balzaretti fugiu do "padrão" e cruzou rasteiro. Diamanti chegou batendo e mandou por cima.
A rede até foi balançada, dois minutos depois, quando Diamanti colocou na área e Nocerino desviou de cabeça, mas o meia do Milan estava impedido.
Os pênaltis foram cruéis com a Inglaterra, que até se colocou em vantagem depois do erro de Montolivo, que chutou para fora, mas foi castigada pelas falhas de Young, que acertou o travessão, e Cole, que viu Buffon encaixar a bola em sua cobrança.
Ficha técnica:.
Inglaterra: Hart; Johnson, Terry, Lescott e Ashley Cole; Parker (Henderson), Gerrard, Milner (Walcott) e Young; Rooney e Welbeck (Carroll). Técnico: Roy Hodgson.
Itália: Buffon; Abate (Maggio), Barzagli, Bonucci e Balzaretti; Pirlo, De Rossi (Nocerino), Marchisio e Montolivo; Balotelli e Cassano (Diamanti). Técnico: Cesare Prandelli.
Arbitragem: Pedro Proença (Portugal), auxiliado por seus compatriotas Bertino Miranda e Ricardo Santos.
Cartões amarelos: Barzagli e Maggio (Itália).
Pênaltis: Inglaterra: Gerrard e Rooney converteram - Young e Cole erraram; Itália: Balotelli, Pirlo, Nocerino e Diamanti converteram - Montolivo errou.
Estádio Olímpico de Kiev, em Kiev (Ucrânia). EFE