Juros futuros estendem queda após CMN reforçar visão recuo da Selic em agosto

Publicado 30.06.2023, 10:15
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Os juros futuros curtos, intermediários e longos caem nesta sexta-feira, 30, ainda ecoando a decisão da quinta-feira do Conselho Monetário Nacional (CMN) de manter a meta de 3,00% para os próximos anos e mudar o regime de ano-calendário para contínuo.

Na quinta, os contratos de depósito interfinanceiro (DI) cederam, em meio à antecipação do resultado da reunião do CMN pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento). Também participa do Conselho o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.

Com isso, na quinta, a curva passou a precificar Selic em 9,00% em 2024, não descartando uma redução maior, de meio ponto porcentual na reunião de agosto do Comitê de Política Monetária (Copom), devido a perspectivas de nova melhora nas expectativas de inflação. Porém, a maioria ainda espera declínio de 0,25 ponto na Selic, que hoje está em 13,75% ao ano.

"A manutenção da meta eleva a chance de corte da Selic na próxima reunião. Se houvesse alteração, poderia afetar as expectativas de inflação. Agora, podemos ver continuidade deste processo de queda nas estimativas tanto por causa da deflação dos IGPs quanto pela manutenção da meta", avalia o estrategista-chefe do Banco Mizuho (NYSE:MFG), Luciano Rostagno.

Para Tebet, o Brasil apresenta hoje "todos os cenários" para que haja um recuo robusto na taxa de juros a partir de agosto. Em entrevista à Globonews, a ministra destacou que, além da desaceleração da inflação, as quedas nas taxas de juros de longo prazo e a aprovação do novo arcabouço fiscal corroboram esse cenário, que atualmente é muito diferente do observado em 2022.

Além do "efeito CMN", o mercado futuro de juros ainda reage ao índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA que ajudou a aliviar um pouco a pressão nos Treasuries e no dólar. Com isso, também alivia um pouco a pressão sobre o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) na condução da política monetária.

O PCE avançou 0,1% em maio ante abril, em linha com o esperado por analistas. Na comparação anual, a alta foi de 3,8%, desacelerando em relação ao aumento anual de 4,4% no mês anterior e também ficando como o previsto.

Já o núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, teve crescimento de 0,3% no mês passado ante o anterior, abaixo da projeção de analistas, de 0,4%. O crescimento anual desacelerou de 4,7% no mês passado para 4,6% no mesmo período, abaixo da projeção de 4,7%. O exterior ainda reage ao anúncio da China de planos para promover o consumo das famílias,

No Brasil, vale ressaltar que como a notícia relacionado ao CMN era esperada, o efeito ao longo do dia deve ser efeito limitado. "Fica a dúvida se as expectativas de inflação para prazos mais longos convergirão rapidamente para a meta de 3,0%", cita em nota a MCM Consultores.

Fica ainda no radar o resultado do setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras (BVMF:PETR4) e Eletrobras (BVMF:ELET3)). Houve déficit primário de R$ 50,172 bilhões em maio, após superávit de R$ 20,324 bilhões de abril. O dado veio pior do que a mediana negativa de R$ R$ 45,600 bilhões.

Já a taxa de desemprego ficou em 8,3%% no trimestre encerrado em maio, conforme divulgou hoje o IBGE. O resultado ficou ligeiramente acima da previsão de 8,2% calculada a partir da mediana das estimativas de especialistas colhidas pelo Projeções Broadcast. As projeções para a taxa de desemprego variavam entre 8,0% e 8,6%. O mercado ainda monitora a operação padrão dos servidores do BC a partir de segunda-feira.

Às 9h52, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 estava em 12,870%, após mínima de 12,865%, ante 12,924% no ajuste de ontem, enquanto o DI com vencimento em janeiro de 2025 exibia taxa de 10,81% (mínima: 10,78%), depois dos 10,87% no ajuste na quinta-feira.

O DI para janeiro de 2027 cedia a 10,24%, na comparação com a mínima diária de 10,21% e em relação à taxa de 10,32% no ajuste ontem. O dólar à vista caía 0,29%, a R$ 4,8316. Em Nova York, o juro da T-Note de 2 anos cai a 4,837% (ante 4,869% ontem) e o do T-bond de 30, a 3,878% (3,904% ontem), mínimas no dia

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