BRASÍLIA (Reuters) - O Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, reforçou nesta terça-feira que não haverá recursos públicos para ajudar a operadora de telecomunicações Oi (SA:OIBR4), que pediu recuperação judicial na segunda-feira.
A maior companhia de telefonia fixa do Brasil e seis subsidiárias pediram recuperação após fracasso nas negociações para reorganizar e reestruturar uma dívida de 65,4 bilhões de reais antes do vencimento de bônus em julho.
"Não haverá recursos públicos nessa questão. A empresa terá em todos os momentos o nosso apoio, mas deixando claro que apoio não significa benefício", disse Kassab após reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. "Essas negociações, inclusive com os bancos brasileiros, correm com a sua autonomia, com a sua independência".
Kassab frisou que o governo vai acompanhar o caso com atenção, incluindo a monitoramento da qualidade dos serviços, para evitar que os clientes da companhia tenham perdas.
Kassab declarou que uma intervenção pode acontecer, mas não está no horizonte do governo, pois espera que a recuperação judicial seja deferida.
Segundo ele, não existe uma previsão de quanto o governo poderia perder nesta reestruturação.
Mais cedo nesta quarta-feira, a Reuters publicou com fontes que o Banco do Brasil (SA:BBAS3) fará uma provisão adicional de cerca de 650 milhões de reais no balanço do segundo trimestre, após a Oi ter pedido recuperação judicial.
Além disso, BB e Caixa Econômica Federal, ambos controlados pelo governo federal, têm exposição a títulos de dívida da Oi, de cerca de 1,9 bilhão de reais, cada um.
(Por César Raizer)