(Reuters) - Homens da Brigada de Infantaria de Selva do Exército entraram nesta sexta-feira na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Roraima, para dar início a uma operação de varredura no presídio, onde 33 detentos foram encontrados mortos este mês em meio a uma série de episódios de violência em prisões do Norte e Nordeste do país.
O efetivo do Exército contou com o apoio da Polícia Militar e da Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima para a operação no chamado Pamc, que fica na zona rural de Boa Vista. Foram utilizados detectores de metal de chão e de parede para auxiliar nos serviços, de acordo com o governo estadual.
"A operação faz parte do pedido feito pelo governo do Estado em reforçar a segurança na Pamc, após o evento que deixou 33 mortos", disse o governo de Roraima em nota, acrescentando que os presos foram retirados das celas para a realização da varredura.
O Exército afirmou, também em nota, que a chamada Operação Monte Cristo II tem como objetivo a detecção de armas, aparelhos de telefonia móvel, drogas e outros materiais ilícitos ou proibidos.
A penitenciária Monte Cristo foi cenário de 33 mortes de presos no início deste ano, dias após um motim em um presídio de Manaus que deixou 56 mortos como resultado de uma briga entre facções.
A crise nos presídios do Norte e Nordeste, resultado de um confronto mais amplo entre as duas maiores facções criminosas do país, levou o presidente Michel Temer a autorizar na semana passada o uso das Forças Armadas para realizar inspeções em prisões.
Além das operações dentro dos presídios, o governo federal também autorizou o envio de homens das Forças Armadas para as ruas de Natal, no Rio Grande do Norte, devido a incidentes de violência fora dos presídios decorrentes da crise no sistema penitenciário.
A penitenciária de Alcaçuz, na Grande Natal, foi alvo de repetidos confrontos entre presos desde uma rebelião em que 26 detentos foram mortos, em 14 de janeiro.
Nesta sexta-feira, homens do Grupo de Operações Especiais do governo do Rio Grande do Norte e agentes penitenciários de uma força-tarefa federal entraram no local com o objetivo de finalmente retomar o controle da unidade.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)