Por Suyeong Lee
SEUL (Reuters) - O chefe do Grupo Samsung, Jay Y. Lee, nega todas as acusações apresentadas contra ele, disse seu advogado, nesta quinta-feira, no início do que o procurador especial da Coreia do Sul disse que pode ser o "julgamento do século" em meio a um escândalo político que abalou a nação.
Lee foi acusado de suborno, apropriação indébita e outros delitos em um escândalo de corrupção que já levou o Parlamento a aprovar o afastamento da presidente sul-coreana, Park Geun-hye.
O executivo, que está detido no Centro de Detenção de Seul, não compareceu ao tribunal. Os réus não precisam estar presentes durante audiências preparatórias, realizadas para se organizar os indícios e determinar datas para os pronunciamentos de testemunhas.
A data da próxima audiência será decidida na semana que vem.
A defesa de Lee negou todas as acusações em seu nome, dizendo que o indiciamento da procuradoria especial cita conversas, indícios ou testemunhas que na verdade não ouviu, investigou ou entrevistou de acordo com as regras --ou que emitem opiniões que não são fatos.
"Não está claro que tipo de ordem Lee Jae-yong supostamente deu", argumentou Song Wu-cheol, da defesa de Lee, ao tribunal, usando o nome coreano de seu cliente.
"O indiciamento não pode ter declarações que possam criar preconceitos sobre o caso na corte", disse Song aos repórteres ao deixar o local.
O Grupo Samsung vem negando reiteradamente ter cometido qualquer irregularidade.
Entre as acusações contra Lee, de 48 anos, está a de prometer propinas a uma empresa e a organizações ligadas a uma amiga da presidente Park, Choi Soon-sil, a personagem que está no cerne do escândalo, para consolidar seu controle sobre o conglomerado sul-coreano, que fabrica de smartphones a produtos biofarmacêuticos.
Os advogados dos réus sendo julgados com Lee --o ex-vice-presidente do conselho do Grupo Samsung Choi Gee-sung, o ex-presidente do Grupo Samsung Chang Choong-ki e o ex-presidente da Samsung Electronics Park Sang-jin-- também negaram as acusações.
A legislação responsável pela indicação do procurador especial determina que o atual julgamento em instância inferior deve terminar dentro de três meses a partir do indiciamento de 28 de fevereiro.
"Estamos nos preparando muito, pensando que o julgamento iminente da Samsung... pode ser o julgamento do século, que o mundo inteiro estará assistindo", disse o procurador especial, Park Young-soo, aos repórteres nesta semana.