MASERU 30 Ago (Reuters) - O primeiro-ministro de Lesoto, Thomas Thabane, acusou neste sábado o Exército do país de preparar um golpe para tirá-lo do poder e afirmou que fugiu para a África do Sul, mas os militares negaram ter essa intenção e disseram que os soldados voltaram para os quartéis.
Tiroteios foram ouvidos em Maseru, capital do pequeno reino montanhoso situado dentro da África do Sul, e unidades do Exército ocuparam a sede da polícia e cercaram a residência do primeiro-ministro, disseram moradores e diplomatas.
"É um golpe militar, porque é liderado pelos militares. E os militares não estão obedecendo as instruções do comandante das forças armadas, que sou eu", afirmou Thabane por telefone à emissora de televisão sul-africana ENCA TV.
O premiê contou à BBC que fugiu para a África do Sul. "Eu retornarei assim que minha vida não estiver correndo perigo", disse. Sua localização exata não é conhecida.
Diplomatas afirmaram que os militares são, em sua maioria, leais ao vice-premiê, Mothetjoa Metsing, que prometeu formar uma nova coalizão para derrubar Thabane. Em junho, o primeiro-ministro suspendeu o Parlamento para evitar uma derrota no Congresso.
Dando a sua versão dos acontecimentos, as forças de defesa de Lesoto negaram uma tentativa de golpe contra Thabane, dizendo que atuou contra integrantes da polícia suspeitos de querer armar uma facção política, disse o porta-voz do Exército.
"Não há nada disso. A situação voltou ao normal. Os militares retornaram para os quartéis", afirmou à Reuters o major Ntlele Ntoi. Ele acrescentou que os militares "apoiam o governo democraticamente eleito".
(Por Marafaele Mohloboli)