Bruxelas, 29 jun (EFE).- Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia começaram seu segundo dia de cúpula em Bruxelas após o acordo conseguido pela eurozona que permite a recapitalização direta dos bancos e a compra de dívida dos países pelos fundos europeus de resgate.
As duas medidas eram as principais reivindicações da Itália e Espanha. O presidente francês, François Hollande, destacou em sua chegada ao Conselho Europeu que o acordo alcançado já teve "efeitos positivos" nos mercados.
"Vamos tomar decisões coerentes e destinadas a tranquilizar os mercados financeiros", disse por sua parte o primeiro-ministro de Luxemburgo e presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
O acordo teve um reflexo positivo nos mercados: o prêmio de risco espanhol se situava nos 501 pontos básicos, após o fechamento de 542 pontos de ontem. Os juros do bônus espanhol a dez anos estava em 6,62%, após ter chegado ontem a 6,93%.
"Reafirmamos nosso forte apoio para garantir a estabilidade financeira da eurozona, em particular utilizando os instrumentos existentes do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MSF)", disse o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy por meio de uma rede social.
Além disso, Van Rompuy pediu uma "rápida conclusão do apoio financeiro para recapitalizar o setor bancário da Espanha".
A eurozona chegou a um consenso ontem à noite em vários pontos que até agora tinham sido rechaçados por países como Alemanha, Holanda e Finlândia, como a possibilidade de se recorrer ao fundo europeu de resgate para recapitalizar de forma direta os bancos, sem passar pelo Estado, eliminando assim a carga que isso significaria para as contas públicas.
A Espanha, além disso, conseguiu um acordo pelo qual o empréstimo de até 100 bilhões de euros que receberá para sanear seus bancos será iniciado por meio do fundo de resgate temporário (FEEF) e depois do fundo permanente (MEDE).
Hoje, os líderes da UE esperam aprovar formalmente o pacto de crescimento, que inclui um plano de impulso econômico de 120 bilhões milhões de euros, rejeitado ontem à noite por Espanha e Itália enquanto não fossem oferecidos soluções a curto prazo para suas dificuldades de financiamento. EFE