Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - A Kroton Educacional (SA:KROT3) teve lucro líquido ajustado de 577,1 milhões de reais no primeiro trimestre, superando em 17,6 por cento o desempenho de igual período de 2016, excluindo as operações da Uniasselvi, que foram vendidas em 29 de fevereiro do ano passado.
Conforme material de divulgação do balanço, o resultado foi ajudado pelo crescimento anual de 0,5 por cento na base de alunos, que superou a marca de 1 milhão, pela elevação de 17,9 por cento do ticket médio líquido em ensino presencial e pelo controle de despesas.
A receita líquida da Kroton cresceu 11,3 por cento nos três primeiros meses deste ano, também desconsiderando os números da Uniasselvi, ajudada ainda pela melhora do mix de cursos.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subiu 8,6 por cento ano a ano, para 639,5 milhões de reais, também na base ex-Uniasselvi.
Entre janeiro e março, as despesas operacionais consolidadas recuaram 9,7 por cento na comparação anual, para 132,435 milhões de reais. A empresa ainda desembolsou 110,737 milhões de reais com vendas e marketing, montante 8,1 por cento menor em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Enquanto isso, a provisão de perdas com inadimplência diminuiu 11,6 por cento, para 158,5 milhões de reais.
Os investimentos (capex) quase dobraram para 80,8 milhões de reais de janeiro a março, de 41,1 milhões de reais um ano atrás. Segundo o balanço, a maior parte foi destinada aos projetos de desenvolvimento de conteúdo, sistemas e licenças de software, além de obras para ampliações de unidades existentes.
No primeiro trimestre, a Kroton inaugurou duas novas unidades, uma em Bacabal, no Maranhão, e outra em Luis Eduardo Magalhães, na Bahia. A companhia ainda protocolou junto ao Ministério de Educação (MEC) 13 novas unidades presenciais.
Em 25 de abril, a Kroton havia antecipado dados sobre as captações e as rematrículas no primeiro trimestre.
No balanço, a empresa diz que adicionou 313,5 mil novos alunos de graduação entre janeiro e março, alta anual de 11 por cento graças ao lançamento de novos cursos e à expansão do programa próprio de financiamento. As rematrículas recuaram 3 por cento, afetadas pelo aumento de 7,9 por cento no número de formandos.
A evasão em ensino presencial caiu para 12,4 por cento no primeiro trimestre, de 12,6 por cento um ano atrás. No EAD, subiu para 14,8 por cento, ante 11,6 por cento nos primeiros três meses de 2016.
Como resultado, a base total de alunos atingiu 1.015.503 ao fim de março, dos quais 442.680 em cursos presenciais e 572.823 em EAD. Mas a participação do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) caiu para 17,5 por cento do total de alunos de graduação, de 22,7 por cento no primeiro trimestre de 2016.
Havia 171.310 alunos matriculados com Fies em 31 de março, quase 22 por cento menos em relação ao mesmo período de 2016. Ao mesmo tempo, a base alunos contemplados com o PEP subiu quase 55 por cento em relação ao quarto trimestre, para 67.350.
A empresa também divulgou projeções para 2017.