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México quer impulsionar integração com Brasil através do comércio

Publicado 19.09.2012, 16:32

Marta Berard.

São Paulo, 19 set (EFE).- O presidente eleito do México, Enrique Peña Nieto, pediu nesta quarta-feira o fim dos temores e da rivalidade e defendeu a integração entre seu país e o Brasil, as duas maiores economias da América Latina, por meio de uma abertura comercial mais intensa.

Peña Nieto iniciou hoje suas atividades no Brasil com um encontro com representantes do empresariado brasileiro em São Paulo. O político relatou seu interesse em conseguir uma maior integração entre os países em entrevista coletiva na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O presidente eleito, que assumirá no próximo dia 1º de dezembro, pediu o fim do "constante assinalamento" que ocorre em algumas ocasiões entre os países, disse que há mais pontos de união que diferenças e defendeu que a integração "beneficia" os povos de Brasil e México.

"É preciso superar os temores, medos e resistências, é preciso trabalhar de maneira audaz, inteligente e agressiva", sustentou Peña Nieto, detalhando que sua proposta para alcançar uma colaboração mais estreita reside na abertura comercial.

Assinalou que ambas economias "têm uma grande oportunidade para a complementaridade" e expressou sua vontade e seu "compromisso" em erigir-se como "um promotor constante desta integração comercial entre México e Brasil".

O comércio bilateral no ano passado foi de US$ 9,09 bilhões, com um déficit para o Brasil de US$ 1,17 bilhão, e nos primeiros oito meses deste a troca somou US$ 7,07 bilhões, segundo dados do Governo Federal.

Peña Nieto, que visita o Brasil no marco de uma viagem pela América Latina, se mostrou favorável à consolidação e ampliação da Aliança do Pacífico, bloco econômico formado por México, Colômbia, Peru e Chile.

Além disso, defendeu a modernização do setor petroleiro de seu país e, embora tenha descartado "a privatização dos hidrocarbonetos" mexicanos, propôs "estabelecer mecanismos" que facilitem "uma maior participação do setor privado" e pôs como exemplo os modelos de Colômbia e Brasil.

Comentou, além disso, que é necessário realizar investimentos nos âmbitos de prospecção, produção e refino de petróleo para alcançar o objetivo de "conseguir uma maior competitividade e uma maior capacidade produtiva da Pemex (Petróleos Mexicanos)" e considerou que essa meta "será possível apenas através do setor privado".

O presidente eleito chega um dia depois da explosão registrada em uma refinaria da Pemex no estado mexicano de Tamaulipas causando a morte de 26 trabalhadores.

Na entrevista coletiva também falou do crime organizado em seu país e descartou qualquer postura negociadora.

"O Estado tem por obrigação irrenunciável combater o crime organizado, não cabem modelos de negociação nem de acordo, mas de fazer prevalecer a lei", salientou.

Sobre a proposta de reforma trabalhista debatida no Congresso mexicano e que foi enviada pelo atual presidente, Felipe Calderón, Peña Nieto se mostrou "otimista" e disse que defende um "novo marco legislativo" nessa matéria.

O futuro presidente mexicano, que em seguida visitará Chile, Argentina e Peru, explicou que a mensagem de sua viagem é credenciar seu interesse em "estender" as relações políticas e comerciais do México "com seus irmãos" da América Central e da América do Sul.

Acrescentou que em outubro viajará à Europa e que deve, além disso, ir aos EUA e Canadá, mas que essa visita só aconteceria em novembro para não interferir nas eleições presidenciais americanas.

Peña Nieto deve reunir-se nesta tarde com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e amanhã realizará a etapa mais política de sua visita, quando se encontrará em Brasília com a presidente Dilma Rousseff. EFE

mb/rsd

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