LONDRES (Reuters) - A Organização Internacional do Açúcar (OIA) estimou nesta sexta-feira um superávit global de 4,6 milhões de toneladas da commodity na safra 2017/18, ante um déficit de 3,9 milhões de toneladas na temporada anterior.
A entidade intergovernamental disse, em seu relatório trimestral, que a produção global de açúcar na próxima safra deverá aumentar quase 7 por cento, para um recorde 179,3 milhões de toneladas.
A maior produção na Índia, União Europeia, Tailândia e China ajudou a impulsionar o aumento do volume, disse a OIA.
A Índia, segunda produtora global após o Brasil, deverá produzir 25 milhões de toneladas em 2017/18, ante 20,5 milhões na temporada anterior.
Espera-se que as chuvas mais normais de monção na Índia ajudem a recuperar a produção em Estados como o Maharashtra após secas consecutivas.
A União Europeia deve elevar a produção para 18,6 milhões de toneladas, ante 15,9 milhões, após grandes reformas ao seu regime de açúcar.
O consumo global de açúcar previsto pela OIA aumentaria em 1,8 por cento, para 174,7 milhões de toneladas.
"Um superávit é um superávit, e geralmente é baixista para os preços", disse o OIA, acrescentando que um enfraquecimento nos preços poderia reduzir a atratividade do uso de cana para produzir açúcar, em vez de etanol no Brasil.
"Um retorno do mix de produção para níveis mais tradicionais nos últimos anos, digamos, 44 por cento (açúcar), reduziria praticamente pela metade o excedente projetado atualmente", disse a OIA.
Até agora, nesta temporada, mais de 48 por cento da cana foi utilizada para produzir açúcar na principal região produtora do Brasil, o centro-sul, segundo dados da associação de usinas Unica.
(Por Nigel Hunt e Ana Ionova)