Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - Economistas esperam um rombo primário maior tanto para este ano quanto o próximo, conforme relatório Prisma Fiscal de junho, divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Economia.
Segundo a mediana dos dados coletados até o quinto dia útil deste mês, a expectativa para o déficit primário do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) passou a 105,948 bilhões de reais em 2019, de 104,334 bilhões projetados em maio.
A estimativa, entretanto, continua distante da meta oficial de um déficit de 139 bilhões de reais para este ano.
No mês passado, o governo federal indicou que haveria necessidade de bloquear 2,2 bilhões de reais em despesas para seguir cumprindo a meta fiscal deste ano, mas descartou a realização de contingenciamento adicional ao Poder Executivo ao decidir absorver esse impacto com o uso de reserva orçamentária.
Para 2020, a expectativa dos economistas consultados pelo Prisma é de um primário negativo em 75,838 bilhões de reais, acima do déficit de 73,851 bilhões de reais visto no mês anterior, e também dentro da meta estipulada para o exercício.
O alvo fiscal para 2020, segundo projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é de um rombo primário de 124,1 bilhões de reais -- sétimo dado consecutivo no vermelho, numa mostra do forte desequilíbrio entre receitas e despesas no país.
Já a dívida vem continuamente crescendo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa é que feche 2019 em 78,5% do PIB, de 78,2% visto em maio, apontou o Prisma. Já para 2020 a conta foi piorada a 80,0% do PIB, sobre 79,45% em maio.