Por Terje Solsvik e Joachim Dagenborg
OSLO (Reuters) - A Norsk Hydro não alcançará sua meta de redução de custos neste ano e poderá enfrentar baixas contábeis, já que suas operações no Brasil operam com capacidade reduzida após um vazamento, disse a produtora norueguesa de alumínio nesta quarta-feira.
A Hydro foi obrigada pelos reguladores brasileiros a reduzir a produção da Alunorte, a maior refinaria de alumina do mundo, no Pará, o que também provocou cortes em sua planta de alumínio de Albras e uma disputa entre outras fábricas e clientes por suprimentos.
A menos que obtenha permissão no segundo trimestre para reiniciar a produção, a Hydro pode ter de fazer uma baixa contábil referente ao valor da Alunorte e de sua mina de bauxita de Paragominas. Além disso, ela enfrentaria ainda o risco ter que realizar impairments na Albras e em outras fábricas.
Mesmo que a Hydro obtenha permissão para reiniciar as linhas de produção fechadas na Alunorte, levaria cerca de três semanas para atingir a produção total, disse a empresa.
Como resultado, a Hydro disse que não deve atingir as metas de seu programa de corte de custos neste ano, de 500 milhões de coroas norueguesas (63 milhões de dólares).
As autoridades brasileiras ordenaram que a Alunorte, que tem uma capacidade de cerca de 6,3 milhões de toneladas de alumina por ano, reduza pela metade a produção depois que a usina admitiu emissões não autorizadas de água não tratada durante fortes chuvas em fevereiro.
A Hydro disse que a vizinha Albras também reduzirá pela metade a produção, cortando o equivalente a 230 mil toneladas de alumínio por ano.
A Hydro relatou 3,15 bilhões de coroas norueguesas (398 milhões de dólares) em lucros subjacentes de janeiro a março, antes de juros e impostos, um aumento de 38 por cento e melhor do que os 3,06 bilhões esperados em uma pesquisa da Reuters com analistas.