Juro da dívida bate recorde e deficit nominal supera R$ 1 trilhão
Investing.com – As ações da Nvidia estenderam a sequência de recordes nesta quarta-feira (29), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que pretende discutir os processadores de inteligência artificial Blackwell com o presidente chinês Xi Jinping, o que reacendeu as especulações de que Washington possa aliviar as restrições à exportação de semicondutores para a China.
Logo após a abertura dos mercados, os papéis da Nvidia eram negociados a US$ 208,80, em alta de 3,9%, consolidando a empresa como a primeira do mundo a atingir US$ 5 trilhões em valor de mercado ao superar o patamar de US$ 206 por ação.
“Falaremos sobre os Blackwells”, declarou Trump a repórteres, antes da reunião com Xi prevista para esta semana. O presidente descreveu o chip como “extraordinário” e destacou que o CEO da Nvidia, Jensen Huang, recentemente levou uma versão do acelerador para o Salão Oval.
Trump já havia sinalizado que poderia autorizar a exportação de uma versão reduzida do novo processador de IA para o mercado chinês, medida que representaria uma mudança relevante de política comercial e um possível avanço nas relações tecnológicas entre EUA e China.
As declarações elevaram as apostas de investidores de que o comércio de chips possa integrar um acordo mais amplo voltado a reduzir as tensões entre as duas maiores economias do mundo. Uma eventual flexibilização dos controles de exportação seria uma vitória expressiva para a Nvidia, hoje a empresa mais valiosa do planeta, e também um gesto político importante de Washington após anos tentando restringir o acesso chinês a tecnologia avançada de IA.
Segundo o analista Vivek Arya, do Bank of America (BofA), “os investidores têm atualmente expectativas nulas em relação à China, de modo que qualquer progresso nas negociações comerciais é positivo”.
Ele acrescentou que a valorização das ações reflete a forte visibilidade de receitas para 2025 e 2026, sustentada por mais de US$ 500 bilhões em pedidos confirmados, com conteúdo estimado entre US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões por gigawatt de capacidade de computação. O analista elevou seu preço-alvo para US$ 275 por ação.
Os comentários surgem enquanto a ação da Nvidia segue em alta após anúncios durante sua conferência anual GTC, na qual revelou novas parcerias estratégicas. Na terça-feira, os papéis subiram mais 5% após a empresa anunciar acordos em diversos setores, incluindo uma colaboração com o Departamento de Energia dos EUA para construir sete novos supercomputadores, um deles equipado com 10 mil GPUs Blackwell.
Em destaque, Jensen Huang projetou vendas de US$ 500 bilhões em GPUs até 2026, reforçando a força da demanda global por IA. A companhia já superou US$ 100 bilhões em receita apenas no primeiro semestre de 2025, consolidando sua posição no epicentro do boom mundial de inteligência artificial.
A Nvidia também revelou novas parcerias com a Uber para desenvolver veículos autônomos e com a Eli Lilly para acelerar descobertas farmacológicas com o uso de 1.000 GPUs. Outras colaborações incluem Nokia, para avanço em tecnologia 6G, além de projetos conjuntos com Palantir, Oracle, Cisco e T-Mobile voltados à infraestrutura de IA e telecomunicações.
Sua tecnologia também está sendo adotada por Amazon, Foxconn, Caterpillar e Belden no desenvolvimento de sistemas de robótica industrial.
Por fim, a empresa apresentou uma nova arquitetura aberta de sistemas, a NVQLink, criada para viabilizar a próxima geração de supercomputadores quânticos, em parceria com Rigetti e IonQ.
