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ANÁLISE-Para privatizar Eletrobras, governo aceita reserva de mercado e ameaça ao marco legal

Publicado 22.06.2021, 08:46
Atualizado 22.06.2021, 15:16
© Reuters. Sede da Eletrobras, no Rio de Janeiro (RJ) 
20/08/2014
REUTERS/Pilar Olivares

Por Marta Nogueira e Roberto Samora

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A privatização da Eletrobras (SA:ELET3), processo idealizado para diluir o capital da União na maior elétrica da América Latina, vai ter um efeito colateral: a contratação obrigatória de térmicas a gás até mesmo em áreas não produtoras do insumo, o que garante uma reserva de mercado que ameaça um marco legal que preza pela competição.

Com a MP da privatização aprovada na noite de segunda-feira, a União terá sua participação de 61% na Eletrobras diluída por meio de venda de ações que deverá envolver bilhões de reais.

Mas emendas ao texto que não têm relação com a desestatização ou com a elétrica ---os chamados "jabutis" para angariar apoio de parlamentares-- levantaram uma série de questionamentos de especialistas sobre o custo mais alto da energia térmica compulsória decorrente da contratação de 8 gigawatts estabelecida na proposta.

"Causou espécie toda a discussão que se deu no Senado, em que quase sua totalidade não foi para tratar do tema da privatização da Eletrobras. Foi praticamente a discussão desses jabutis, nos quais destaco a reserva de mercado, a contratação de 8 gigawatts de usinas termelétricas na base", disse à Reuters o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales.

O especialista do centro de estudos do setor elétrico também chamou a atenção para a obrigação de contratação de 2 GW de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e a "escandalosa" prorrogação do Proinfa, programa criado há cerca de duas décadas para incentivar fontes alternativas de geração.

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"Passaram-se 20 anos, os contratos estão encerrando, o objetivo do legislador (com o Proinfa) foi atingido, e os projetos foram devidamente amortizados. Por que cargas d' água vai dizer 'você ganha a prorrogação de contratos de usinas amortizadas'. Não acrescenta um megawatt ao sistema", afirmou.

Sales disse não ter dúvida de que o projeto vai elevar os custos de energia dos brasileiros, e não haverá uma queda dos valores aos consumidores, como defende o governo.

"Assusta.... vemos números de toda natureza, e para meu pesar, números do Ministério de Minas e Energia, com uma cartilha tentando justificar o que ele entendeu que seria uma diminuição da ordem de 6% da tarifa...", disse Sales, argumentando que a expectativa do governo sobre o impacto tarifário é baseada em "sofismas, que não vão se materializar".

Procurado, o Ministério de Minas e Energia negou a alta de custos ao consumidor, destacando que os projetos de geração competem entre si nos leilões, e vence aquele que ofertar o menor preço para o consumidor, "o qual deve ser suficiente para arcar com todos os custos, tanto de implantação quanto de operação".

Mas o ministério ressaltou que "o comando introduzido pela Câmara dos Deputados (no projeto) limita o preço dessa nova contratação ao valor máximo equivalente ao preço teto estabelecido para geração a gás natural do Leilão A-6 de 2019, atualizado".

Na avaliação da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), a proposta aprovada resultará em custos totais, incluindo impostos, de 84 bilhões de reais, com quase 27 bilhões de reais associados à construção de térmicas a gás natural.

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Já na visão da Abegás, que representa distribuidoras de gás natural, a contratação de 8 GW de termelétricas a gás natural, representa um "passo fundamental para acelerar a necessária integração entre o setor elétrico e o setor de gás natural".

INTERVENÇÃO?

"É uma intervenção no setor elétrico, negativa, porque cria reservas de mercado. Tanto para fontes energéticas, quanto para alguns empreendimentos", disse Mauricio Tolmasquim, professor titular do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, que acredita que a medida será alvo de questionamentos judiciais.

O texto aprovado "desotimiza" o funcionamento do setor elétrico no sentido do despacho inflexível das térmicas, acrescentou Tolmasquim, que foi uma das principais autoridades de energia em governos petistas.

"Isso é problemático porque quando tiver boa hidrologia, vento, sol, safra de cana, você vai ser obrigado a acionar térmicas, queimando gás que é combustível fóssil, com custo muito maior."

Ele também argumentou que o projeto vai contra um ambiente de competição, "que é fundamental para se ter energia barata".

Atualmente, se contrata energia para mercado regulado por meio de leilões públicos, "transparentes", e ganha quem oferece menor preço. "E agora, o que vai se fazer, no caso de PCHs, tem mercado já garantido para elas."

Para Tolmasquim, a questão das térmicas é mais grave.

"Obriga a contratar onde não tem gasodutos, caros, e longe do mercado consumidor. Como vai ter que fazer leilão para Estado específico, certamente número de competidores será menor."

Segundo a Abrace, as termeléricas deverão ficar em localidades como Porto Velho, Macapá, assim como Brasília, Triângulo Mineiro, litoral portuário do Rio de Janeiro e Nordeste.

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Na avaliação de Tolmasquim, que já foi presidente da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o projeto vai ainda contra "o espírito do marco regulatório atual".

"O governo está querendo é mais um símbolo, dizer que fez a privatização. O resultado agora está sendo o menos importante. O governo está querendo aparecer na foto, batendo o martelo da privatização..."

Se a proposta sofreu críticas de associação de consumidores de energia, analistas, além de um ex-secretário de governo do PT, também foi alvo de partidos liberais, como mostrou o comentário do deputado Alexis Fonteyne (Novo-SP).

Antes da aprovação do texto-base, ele afirmou que seu partido buscava obstruir o processo, pois não concordava com as propostas que aprovadas nas duas Casas, preferindo uma proposta de desestatização apresentada no governo de Michel Temer, "que fazia, de fato, uma privatização".

"O que nós temos agora é uma deturpação do processo todo. Nós temos reservas de mercado, estamos privilegiando grupos econômicos privados e, neste caso, nós até nos juntamos à esquerda", afirmou.

(Reportagem adicional de Maria Carolina Marcello)

Últimos comentários

O 10 é inimigo do 7... Manter uma estatal enriquece muito mais grupos políticos do que essa privatização nota 7.  Isso é melhor do que nenhuma privatização. Os jabutis mata-se depois... Quem quer perfeccionismo não faz nada. A reforma da previdência poderia ter sido feita no final dos anos 90... mas quiseram ser perfeitos e demorou mais de 20 anos para conseguir fazer uma... tem que fazer do jeito que for possível. Igual reforma administrativa, melhor ser extremamente severo com quem for entrar no funcionalismo público agora do que tentar mexer com os velhos servidores... eles farão a cabeça de todos os deputados e senadores para barrar... e iremos passar mais anos e anos com concursados passando com a mesma regra de hoje. Muda agora do jeito que for possível. Depois tenta pegar a velha guarda. O pessoal é muito perfeccionista.
Mais um ato de desgoverno. No palanque será a fake news da privatização.
Políticos sendo políticos. Estão pouco se importando com os custos da energia para o povo. Eles não pagam nem a energia dos imóveis que residem em Brasília.O pior modelo de privatização do mundo. Depois da “privatização”, quando a energia estiver bem mais cara, vão culpar o “neoliberalismo”, ideologia que só existe na cabeça dos esquerdistas.
A tarifa de energia vai cair para o consumidor final - assim como o preço do gaz de cozinha... kkkkkk
Como vai aumentar o custo se a energia a gás só não é mais barata q nuclear,vai entender .
xuuuupa , já foi e não adianta mimimi... próxima narrativa por favor kkkkkk
Se os analistas são do PT e estiveram em orgãos do governo petistas, e são contra. Tem tudo pra dar certo e provavemente será um sucesso.
So pesquisar o nome do sujeito que dao ouvidos nesse artigo o tal do Claudio Sales vc vai ver q entre outras coisas ele colabora com velha midia esquerdista e que o instituto que ele preside tem como clientes estatais e grandes empresas ligadas ao governo campeoes nacionais. Ta na cara q é beneficiado pelo modelo antigo de distribuicao de energia e agora ta estribuchando com medo de perder alguma boquinha. Outra coisa "associacao de consumidores de energia"... meu sexto sentido qdo vejo associacoes assim me lembram sindicatos e grupelhos de privilegiados.
por q será q a esquerda não apoia a privatização deve ser por que tornaria a empresa mais eficiente e acabaria com o cabide de empregos kkkkkkk
Infelizmente todas as privatizações brasileiras foram e são para beneficiar e enriquecer o grupo politivo que está no poder. E ainda tem os mediocres que decendem as privatizações commo argumento de anti corrupção! Patéticos.
O 10 é inimigo do 7... Uma estatal enriquece muito mais grupos políticos.... privatização nota 7 é melhor do que nenhuma privatização. Os jabutis mata-se depois... Quem quer perfeccionismo não faz nada. A reforma da previdência poderia ter sido feita no final dos anos 90... mas quiseram ser perfeitos e demorou 20 anos para conseguir fazer uma... tem que fazer do jeito que for possível. Igual reforma administrativa, melhor ser extremamente severo com quem for entrar do que tentar mexer com os atuais servidores... eles farão a cabeça de todos os deputados e senadores para barrar... e iremos passar mais anos e anos com concursados passando com a mesma regra de hoje. Muda agora do jeito que for possível. Depois tenta pegar a velha guarda. O pessoal é muito perfeccionista.
Bando es..cro..to de jornalistas petistas de quinta categoria dos 20 anos de PT, partido de L@DRÕES.
Muito esquerdistas , quando a Dilma congelou o preço da energia gerando um puta defict niguem falou nada.
Mesmo parecer da Fiesp, que agora vai virar esquerda segundo as Bozoletes. Só não vê quem não quer. Não conseguem fazer uma privatização sem abrir mão da roubalheira. Diluiram a corrupção da Eletrobras em várias termelétricas espalhadas pelos redutos eleitorais. Quem vai pagar a conta, adivinhem?
Esses senadores e deputados que não tão né aí para o Brasil, querem somente garantir o seu, junto as empresas que serão beneficiadas com esses jabutis!
privatização do que ? esse governo só tem aberração.
Pelo que entendi é o congresso que está colocando jabutis, não o governo.
Ganho da minoria e quem paga a conta é brasileiro da classe mais pobre. Complicado ainda ver que existe gente sem cerebro defendendo esse governo.
Eu acho é pouco tem aumentar é mto p esse povo ficar esperto e parar de apoiar essas loucuras desse governo. principalmente o Tocantins da Kátia Abreu.
BOLSONARO 2050!!!
Quando se fala em amadurecimento institucional do país, vem essa trupe de progressistas defensores do estado mamute com suas ideias do século XIV...
Sempre assim. Nós pagamos a conta pra pessoas que mal sabem falar decidir nossas vidas. Estatismo é isso daí, ser regido por imbecis.
Parabéns bolsoNero. desemprego, inflação e agora tarifaço e apagão. bozoNazi jogou o Brasil no abismo.
bolsoNERO??? notaZERO!!!! viu? rimou!
Paraiso era na epoca PT né! País perfeito, sem roubo, todo mundo feliz, nosso dinheiro doado p paises comunistas, Petro Bolivia de graça p Morales. Que legal né..
Cala a boca , quem deixou o pais com desemprego alto , inflacao de 11% , e Pib -3,5 por dois anos seguidos foi o PT
E lá vamos nós, mais uma vez, pagar a conta. O Brasil está de quatro pra essa gente!
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