Por Jack Kim e Christine Kim
SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte disse nesta quarta-feira que o míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) recém-desenvolvido pelo país pode carregar uma grande ogiva nuclear, levando os Estados Unidos a clamarem por uma ação global que impeça o regime norte-coreano de buscar armas nucleares.
Uma porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos disse que o governo norte-americano concluiu que a Coreia do Norte fez um teste de lançamento do ICBM na terça-feira que alguns especialistas agora acreditam poder alcançar o Estado norte-americano do Alasca, além de partes do território continental dos EUA.
O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, disse que o teste, realizado no feriado do Dia da Independência dos EUA, representou "uma nova escalada da ameaça" a seu país e seus aliados, e prometeu adotar medidas mais severas.
O líder norte-coreano, Kim Jong Un, disse que o teste completou o arsenal de armas estratégicas de sua nação, que inclui bombas atômicas e de hidrogênio e ICBMs, relatou a agência de notícias estatal KCNA.
Kim afirmou que Pyongyang não irá negociar com os EUA para abrir mão desta armas até que Washington abandone sua política hostil com a Coreia do Norte, segundo a KCNA.
"Ele, com um sorriso largo no rosto, disse a autoridades, cientistas e técnicos que os EUA ficariam aborrecidos... por terem recebido um 'pacote de presentes' em seu 'Dia da Independência'", noticiou a KCNA.
Kim lhes ordenou a "enviar 'pacotes de presentes' pequenos e grandes aos ianques com frequência", acrescentou a agência.
O lançamento ocorreu dias antes de os líderes das nações do G20 se reunirem para debater medidas para conter o programa de armas norte-coreano, que o regime vem desenvolvendo em desafio a sanções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
O teste comprovou as exigências técnicas do ICBM recém-desenvolvido para a separação de estágios, a reentrada atmosférica da ogiva nuclear e o controle desta no estágio final, de acordo com a KCNA.
Tillerson alertou que qualquer país que acolha trabalhadores norte-coreanos, ofereça ajuda econômica ou militar a Pyongyang ou não implante sanções da ONU "está sendo cúmplice de um regime perigoso".
"Todas as nações deveriam demonstrar publicamente para a Coreia do Norte que há consequências para a busca de armas nucleares", afirmou Tillerson em um comunicado. O presidente dos EUA, Donald Trump, vem exortando a China, principal parceira comercial e única grande aliada dos norte-coreanos, a pressionar Pyongyang para que esta desista de seu programa nuclear.
(Reportagem adicional de Lesley Wroughton, David Brunnstrom e Phil Stewart, em Washington; Michelle Nichols, em Nova York; e Christian Shepherd, em Pequim)