Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O balanço da Petrobras (BVMF:PETR4) no 2T22 veio mais forte do que o esperado pelo mercado, o que está causando uma reação positiva nas suas ações nesta sexta-feira. Além disso, a combinação dos resultados possibilita que a estatal faça uma distribuição de dividendos recorde, o que também agrada aos investidores.
Às 12h, as ações ON da Petrobras disparavam 6,59%, a R$ 37,02, enquanto as PN avançavam 5,17%, a R$ 33,96. Nos mesmo horário, o Ibovespa subia 0,45%, a 103.055 pontos.
O Banco Safra destaca que os números da Petrobras foram impulsionados por maiores preços de petróleo e gás natural, maiores embarques de derivados e menores importações de GNL.
A empresa reportou Ebitda ajustado foi de R$ 99,3 bilhões, enquanto o lucro líquido ajustado foi de R$ 44,9 bilhões. Para a XP (BVMF:XPBR31), a margem Ebitda foi o grande destaque do balanço da Petrobras, graças ao desempenho positivo para RTC, de 15%, e G&E, de 18%.
Conforme já havia sido declarado em relatório anterior da Petrobras, a produção de petróleo no país caiu 5% no trimestre, resultado de uma menor participação nos blocos de Atapu e Sépia e mais paradas para manutenção. A produção do pré-sal atingiu 1,9 MMboed, representando 73% da produção total de petróleo e LGN.
O preço médio de realização foi de US$ 106,90/bbl no período, implicando um desconto de US$ 6,90/bbl em relação ao preço de referência do Brent, destaca o Itaú BBA que também aponta o valor como menor ao desconto de US$ 7,70/bbl registrado no 1T22.
Na frente de despesas, o Itaú BBA aponta que a Petrobras reportou um lifting cost, excluindo participações governamentais e leasing, de US$ 5,98/bbl, alta de 15% no trimestre, afetado negativamente por um real mais valorizado.
Dividendos recordes
O dividendo do trimestre roubou a cena, mais uma vez. Para encerrar o 2T22, a Petrobras anunciou durante o pregão de quinta-feira, 28, a distribuição de dividendos no valor de R$ 6,732003 por ação em circulação, o que implica um dividend yield de aproximadamente 21%.
O pagamento será feito em duas parcelas, sendo a primeira em 31 de agosto, no valor de R$ 3,302 por cota, e a segunda em 20 de setembro, de R$ 3,366 por cota. As ações serão negociadas ex-dividendos a partir de 12 de agosto.
O valor ficou bem acima dos R$ 4,40 por ação esperados pelo Itaú BBA, o que indicava um dividend yield de 15%.
Segundo a XP, o valor recorde de dividendos foi causado pela geração de fluxo de caixa livre de US$ 13 bilhões, somada aos US$ 6,8 bilhões em desinvestimentos mais acordo de coparticipação. Essa combinação também garante que a posição financeira da Petrobras não seja comprometida.
O Safra reitera a sua recomendação de compra das ações da Petrobras, diante da expectativa de continuidade de resultados positivos e boa geração de caixa, o que o banco acredita que deve continuar gerando fortes dividendos aos investidores. O seu preço-alvo é de R$ 38.
A XP também recomenda a compra das ações da Petrobras, com preço-alvo em R$ 47,30. O preço-alvo do Itaú BBA é de R$ 43.