RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro e a Petrobras (SA:PETR4) disseram na segunda-feira que a petroleira não planeja aumentar de imediato os preços dos combustíveis em resposta ao ataque a instalações de petróleo da Arábia Saudita, indicando que a estatal pode afrouxar temporariamente as regras de preços de mercado.
Em entrevista à TV Record, Bolsonaro disse que foi informado pelo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que apesar de os preços dos combustíveis estabelecidos pela empresa seguirem os valores internacionais, a recente alta do petróleo é "atípica".
“Conversei agora há pouco com o presidente da Petrobras, Castello Branco. Ele me disse que como é algo atípico e, a princípio, tem um fim pra acabar, ele não dever mexer no preço de combustível”, disse Bolsonaro.
Pouco após a divulgação da entrevista de Bolsonaro, a Petrobras divulgou um comunicado informando que não irá ajustar os preços dos combustíveis por ora, mas que observará as condições de mercado nos próximos dias e tomará uma decisão sobre preços no momento adequado.
"A Petrobras decidiu por acompanhar a variação do mercado nos próximos dias e não fazer um ajuste de forma imediata. A empresa seguirá acompanhando o mercado e decidirá oportunamente sobre os próximos ajustes nos preços", disse a estatal, ressaltando que suas práticas hoje não preveem periodicidade definida para os reajustes.
A empresa não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre a conversa entre Bolsonaro e Castello Branco.
No ano passado, ainda sob a gestão do presidente Michel Temer, o governo pressionou a Petrobras a mudar sua política de preços para os combustíveis em resposta a uma greve de caminhoneiros, o que levou o então presidente da empresa, Pedro Parente, a deixar o cargo.
(Por Gram Slattery e Marta Nogueira)