Os preços dos contratos de barril de petróleo fecharam com fortes baixas nesta sexta-feira, com grande aversão a riscos, dólar fortalecido e indícios globais de excesso na oferta.
O contrato do WTI para outubro fechou em queda de 3,87%, a US$ 39,77 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex) - na semana, a queda registrada é de 7,45%. O Brent para novembro teve baixa 3,20%, a US$ 42,66 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), acumulando queda semanal de 6,88%.
"O crescimento da aversão a riscos em resposta, a maior fuga de ações no mercado dos Estados Unidos desde junho", em referência a sessão de quinta, teve impacto no preço do petróleo, segundo o Commerzbank.
O banco ainda projetou que caso o preço do WTI ficasse abaixo do US$ 40 o barril, era possível uma "outra onda de vendas", patamar no qual a commodity operou nesta sexta.
Como é cotado na moeda dos EUA, o petróleo com isso fica mais caro para os detentores de outras moedas conforme a divisa americana se valoriza. Nesta sexta, o dólar ganhou fôlego após o payroll (dado de emprego norte-americano), que mostrou geração de vagas bem próximo da mediana das expectativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, com redução maior do que a esperada na taxa de desemprego.
Pelo lado da oferta, o Iraque não parece apto a implementar completamente os cortes que havia prometido, aponta o Commerzbank.
O banco também destaca que a Arábia Saudita "provavelmente cortará os preços" de envios em outubro, o que pode levar a uma queda de US$ 1 no preço do barril.
Nos Estados Unidos, a Baker Hughes mostrou, nesta sexta-feira, que o número de poços e plataformas de petróleo em atividade nos EUA subiram 1 na última semana, a 181
Pelo outro lado, a baixa na demanda asiática é destaque. O ING aponta que os dados mais recentes são de estoques cheios, com Cingapura aproximando-se de seu recorde desde 2010.
O Commerzbank avalia que a demanda mais fraca vem "especialmente da China", e que o recorde diário no número de novos casos de covid-19 na Índia indicam que o terceiro maior consumidor mundial de petróleo deve ter problemas na retomada, até mesmo reimpondo restrições de mobilidade.