SÃO PAULO (Reuters) - A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu na noite de sábado o suspeito de plantar um artefato explosivo próximo ao aeroporto de Brasília.
O suspeito é um homem de 54 anos, vindo do Pará, e que estava em Brasília para manifestações antidemocráticas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, segundo informações da Polícia Civil. A identidade dele não foi revelada.
O artefato foi identificado no sábado e o esquadrão antibomba da Polícia Federal (PF) foi enviado ao local.
Em um apartamento alugado em Brasília, supostamente ligado ao suspeito, foram encontrados mais cinco explosivos, além de munições, disse o delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Candido.
Flávio Dino, futuro ministro da Justiça do governo eleito, disse que as investigações prosseguem e que Andrei Rodrigues, o próximo diretor-geral da PF, tem feito o acompanhamento do caso, em nome da equipe de transição.
"Os graves acontecimentos de ontem em Brasília comprovam que tais acampamentos 'patriotas' viraram incubadoras de terroristas. Medidas estão sendo tomadas e serão ampliadas, com a velocidade possível", disse Dino em publicação no Twitter neste domingo.
Candido, da Polícia Civil, afirmou que mais pessoas estavam envolvidas na ação, ainda não identificadas, e que o objetivo delas seria chamar atenção para o movimento antidemocrático.
"Iremos prender qualquer um que atente contra o Estado Democrático de Direito, com ameaças e, principalmente agora, com bombas. Isso é uma coisa que nunca existiu em Brasília e não vamos permitir qualquer tipo de manifestação que possa causar mal as pessoas", disse Candido na noite de sábado a jornalistas.
O caso se junta à eventos recentes de violência pós-eleitoral na capital federal. Há cerca de duas semanas, apoiadores do atual presidente tentaram invadir a sede da PF em Brasília, após a prisão pelo órgão de um líder indígena ligado ao grupo. Houve confronto com as forças de seguranças e parte dos manifestantes, armados com bombas caseiras, ateou fogo a veículos. A medida ocorreu no mesmo dia que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O suspeito detido no sábado será autuado por porte e posse de armas, munições e explosivos, bem como atentado contra o Estado Democrático de Direito, segundo o delegado-geral.
Parte dos materiais teriam sido trazidos pelo suspeito do Pará, alguns com emulsão de predeiras, afirmou ele. Mineradoras usam explosivos em suas escavações em pedreiras.
(Por André Romani)