O Ibovespa sobe nesta quinta-feira, 4, buscando apagar parte das recentes quedas apesar da queda dos índices acionários no exterior, diante das continuadas tensões no setor bancário dos Estados Unidos.
Em meio a uma série de resultados corporativos do primeiro trimestre, é bem visto pelo mercado a derrota do governo na Câmara sobre as mudanças no Marco do Saneamento. Ao mesmo tempo, a interpretação de alguns especialistas de que a taxa Selic poderá começar a cair no fim deste ano estimula ajuste para cima do Índice Bovespa e de algumas ações ligadas ao consumo.
"Apesar das recentes falas do presidente do Banco Central, de que será mais cauteloso, a manutenção da Selic ontem por várias reuniões já leva alguns a verem luz no fim do túnel, de que o ciclo de baixa está se aproximando", avalia João Marcos, líder de operações da Blue3 Investimentos.
Para a MCM, a diretriz do Copom continua sendo de perseverar com a atual política de forma serena e paciente. "Em suma, apesar da pressão do governo e de parte do Congresso, os membros do Copom não deram nenhum sinal de redução da taxa Selic."
Apesar da queda do petróleo no exterior, que chegou a subir mais cedo, depois de cair 4% na véspera, as ações da Petrobras (BVMF:PETR4), sobem, tentando recuperação. Já as da Vale (BVMF:VALE3) cediam, na esteira do recuo de 2,31% do minério de ferro negociado em Dalian, na China, onde há novos sinais de desaquecimento da atividade. "Se há desaceleração, um aumento de juros não é mais tão necessário", observa Marcos, da Blue3.
As preocupações com a desaceleração da economia mundial, em meio a um quadro persistente de inflação, permanecem no radar, após o Fed, no entendimento do mercado, sugerir ontem manutenção dos juros. Hoje, saiu o índice de pedidos semanais de auxílio-desemprego dos EUA, que subiu 13 mil, a 242, ante previsão de 236 mil.
Já o Banco Central Europeu (BCE) subiu o juro em 0,25 ponto porcentual como o esperado e manteve o tom firme, o que eleva a cautela dos investidores. O BCE observou que a inflação tem desacelerado nos últimos meses, mas ponderou que as pressões subjacentes seguem fortes.
"Apesar de o presidente do FED ter afirmado que os próximos dados econômicos definirão os rumos da sua política de juros, as chances de uma pausa são elevadas. Somente um desvio muito grande em relação à inflação esperada resultaria em novo aumento dos juros", avalia em nota a MCM Consultores.
Às 11h11, o Ibovespa subia 0,05%, aos 101.849,59 pontos, após subir 1,50%, com Máxima aos 103.320,81 pontos.