CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse nesta terça-feira que respeitará por ora o veredicto de um tribunal que determinou que o governo e o Congresso aprovem a legalização da maconha recreativa, mas abriu a porta para a convocação de um referendo público sobre o tema.
O parecer de segunda-feira da Suprema Corte deixa o México mais perto de criar um dos maiores mercados mundiais de cannabis legalizada e pressiona o Estado mexicano a aprovar o projeto de lei abrangente sobre o tema que está travado desde que a câmara baixa do Congresso o aprovou em março.
"É claro que respeitaremos o que a corte decidiu e avaliaremos. Veremos que efeito isso tem", disse López Obrador em uma coletiva de imprensa de rotina em resposta a uma pergunta sobre a decisão da Suprema Corte.
Mas López Obrador reconheceu que "há duas visões" sobre a questão da maconha legal, inclusive em seu governo, e disse que seu governo está avaliando o melhor caminho a seguir.
"Se virmos... que não está funcionando para tratar do problema sério do vício em drogas, que não está funcionando para deter a violência, então agiríamos", disse ele, dando a entender que poderia enviar um novo projeto de lei ao Congresso ou advogar um referendo público.
López Obrador já usou referendos para decidir medidas políticas espinhosas. Ainda nesta terça-feira, ele voltou a argumentar a favor de tal "democracia participativa" no contexto do debate da maconha.
Mas seus comentários não foram decisivos, e ele não disse explicitamente que está se inclinando para tal solução.
(Por Raúl Cortés Fernández)