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Presidente do Parlamento Europeu se diz "estupefato" com contradições do FMI

Publicado 11.01.2013, 17:11
Atualizado 11.01.2013, 17:42

Lisboa, 11 jan (EFE).- O presidente do Parlamento Europeu, o socialista alemão Martin Schulz, criticou nesta sexta-feira a recomendação do Fundo Monetário Internacional (FMI) para que Portugal aplique mais cortes e afirmou se sentir "estupefato" com as contradições do organismo econômico sobre o assunto.

O político alemão, que está realizando uma visita oficial a Lisboa, defendeu que as políticas de contenção de despesas iniciadas em toda Europa se somem com urgência a medidas que fomentem "o crescimento e o emprego, especialmente entre os jovens".

"Se não fizermos isso, perderemos a estabilidade social e o apoio das pessoas a estas reformas", advertiu Schulz. Sobre um relatório elaborado pelos técnicos FMI antes da reforma que Portugal deve realizar para reduzir seu déficit fiscal em 2014, Schulz considerou que os responsáveis do organismo deveriam "ser mais coerentes".

Há algumas semanas, "o FMI reconhecia que se equivocou ao apostar só por cortar", disse o presidente do Parlamento Europeu, mas agora o próprio organismo apresenta uma recomendação a Portugal que contradiz esses princípios.

O documento do FMI, divulgado na quarta-feira em Lisboa, aconselha reduzir o número de funcionários públicos, despedir professores e aumentar o preço da saúde pública, feita por um sistema de copagamento no país, entre outras medidas destinadas a diminuir em quatro bilhões de euros os gastos públicos.

Schulz rejeitou, além disso, a tese defendida "pelo FMI e também por membros da troika", integradas pelo organismo, Banco Central Europeu e Comissão Europeia, de que os cortes permitem recuperar imediatamente a confiança dos investidores.

"Há anos cortamos, cortamos e cortamos, e no entanto se comprovou que os investidores não reagem tão rapidamente", questionou. O dirigente alemão lembrou as palavras do presidente em fim de mandato do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, que defendeu a ideia de "premiar" os países que estão aplicando programas de ajuste.

"Impor mais cortes não é o prêmio para todos os sacrifícios", ponderou Schulz, que defendeu no caso concreto de Portugal mais investimentos nas áreas rurais e no setor de energias renováveis. EFE

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