RIO DE JANEIRO (Reuters) - A produção de aço na China deve crescer 10% neste ano, contribuindo com uma forte demanda por minério de ferro, o que impulsionou os preços da commodity, afirmou nesta terça-feira o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale (SA:VALE3), Luciano Siani.
A afirmação foi feita em resposta a questionamentos sobre os impactos do rompimento de barragem em Brumadinho (MG), em 25 de janeiro, que levou a uma redução da oferta da Vale, maior produtora e exportadora global de minério de ferro, em meio a uma revisão da segurança de suas estruturas.
"Há uma demanda muito forte (por minério de ferro)", disse Siani, sinalizando que os preços da commodity já seriam elevados neste ano, independentemente do desastre, que deixou mais de 240 mortos --grande parte de funcionários da empresa--, além de atingir comunidades, mata e rios da região.
Ao participar do evento FT Commodities Americas Summit 2019, o executivo afirmou ainda que no futuro poderá haver uma redução da demanda por minério pela China, que poderá usar mais sucata e reduzir a produção de aço. Mas Siani não deu um prazo ou detalhes sobre o tema. Siani listou ainda uma série de medidas em curso devido ao desastre, como indenizações e reparações, além de ressaltar que a empresa busca ir além das ações necessárias, visando um novo pacto com a sociedade com vistas a se tornar referência em segurança.
Ao deixar o evento, o executivo preferiu não dar entrevista aos jornalistas.
(Por Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier; edição de Roberto Samora)