SÃO PAULO (Reuters) - A produção brasileira de veículos caiu 9 por cento em outubro sobre o mesmo mês de 2013, afetada por um mercado interno ainda retraído e exportações que recuaram mais de 50 por cento.
A produção em outubro somou 293,3 mil veículos, recuando 2,5 por cento na comparação mensal. De janeiro a outubro, o volume produzido foi 16 por cento menor sobre o mesmo período do ano passado, a 2,68 milhões de veículos.
Já as vendas avançaram 3,6 por cento ante setembro, mas caíram 7,1 por cento na comparação anual, a 306,9 mil unidades. No acumulado do ano, o setor teve queda de 8,9 por cento sobre os dez primeiros meses de 2013, a 2,83 milhões de unidades.
O desempenho está longe da previsão da entidade, de queda de 10 por cento na produção de 2014, a 3,339 milhões de veículos, e recuo de 5,4 por cento nas vendas, a 3,564 milhões de unidades.
"Mantemos as projeções, mas confesso que estamos com viés negativo, pois sabemos da dificuldade de se licenciar 3,564 milhões de unidades", disse o presidente da associação de montadoras de veículos, Anfavea, Luiz Moan, a jornalistas.
Segundo ele, as vendas do início de novembro estão mostrando média por dia útil de 15 mil unidades, ante nível de 13 mil em outubro. Moan disse que o aumento é sustenta a manutenção das projeções, além da esperada sazonalidade de vendas mais fortes em novembro e dezembro e eventual antecipação de compras por consumidores antes do prometido fim do desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), no fim do ano.
As exportações da indústria despencaram 54,6 por cento em outubro sobre um ano antes, para 23.503 veículos. No ano, as vendas externas do setor acumulam queda de 40,4 por cento, a 284.810 unidades.
A previsão da Anfavea para as exportações é de 401 mil veículos, o que seria uma queda de 29 por cento sobre 2013.
Moan afirmou que a queda nas exportações de outubro ocorreu com a retração do mercado argentino, cujas vendas caíram 40 por cento no mês passado.
O setor terminou outubro com estoques de 413,4 mil veículos, 2 por cento acima de setembro, que já tinha sido o maior nível do ano.
A base de postos de trabalho voltou a cair. Em outubro o setor apurou 147.011 postos ocupados, queda de cerca de 8 por cento sobre um ano antes e de 0,5 por cento na comparação com setembro.
(Por Alberto Alerigi Jr.)