Por Marco Aquino e Marcelo Rochabrun
LIMA (Reuters) - O presidente peruano, Pedro Castillo, indicou Guido Bellido, membro do seu partido marxista Peru Livre, para ser primeiro-ministro na quinta-feira, o que diminuiu as esperanças de que faça um governo moderado. Ele também empossou a maioria do seu ministério, embora ainda não tenha nomeado um ministro da Economia.
A ausência de um líder econômico deve criar incerteza nos mercados peruanos sobre o futuro do governo Castillo, que, como candidato fazendo campanha por um partido que se autodescreve como marxista-leninista, já havia assustado os investidores.
O favorito ao cargo financeiro, o economista moderado de esquerda Pedro Francke, deixou a cerimônia de posse, que começou com duas horas de atraso na noite de quinta-feira, minutos antes do seu início, o que gerou questionamentos se havia recusado ou perdido o cargo de última hora.
A indicação de Bellido, parlamentar membro do partido com o qual Castillo venceu a Presidência este ano, sublinha a influência que o Peru Livre terá no governo de Castillo, que começou na quarta-feira para durar até 2026.
Castillo recentemente tentou adotar um tom moderado em questões econômicas - embora membros do partido tenham dobrado a aposta em mensagens de extrema-esquerda -, dependendo bastante de Francke como seu porta-voz econômico.
Mas no fim da quinta-feira ainda não estava clara qual direção ele tomaria para a economia, uma das mais estáveis da América Latina, mas que tem sofrido nos últimos anos pelas agitações políticas que provavelmente continuarão.
De qualquer maneira, Bellido e o restante do ministério precisarão ser confirmados pelo Congresso, dominado pela oposição, no qual a indicação de Bellido especialmente deve gerar resistência. A maioria do Congresso é composta por partidos de centro e de direita.