Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO, 18 Mais (Reuters) - A Petrobras mantém a meta de produzir neste ano 2,125 milhões de barris de petróleo por dia (bpd), no Brasil, alta de 4,5 por cento ante 2014, disse nesta segunda-feira a diretora de Exploração e Produção da estatal, Solange Guedes.
O volume projetado para o ano é levemente inferior à média registrada no primeiro trimestre do ano, de 2,152 milhões bpd.
"Estamos executando até esse momento produção absolutamente em linha com o que tínhamos planejado", afirmou a executiva, em teleconferência com analistas de mercado nesta segunda-feira.
A diretora frisou que a meta já considera paradas programadas, com impacto de 50 mil bpd, e também o declínio médio de 10 por cento da produção em campos maduros.
Considerando a produção total de petróleo e gás, no Brasil e no exterior, a estatal planeja produzir 2,796 milhões de barris de óleo e gás por dia (boe/d) em 2015, ante 2,803 milhões de boe/d no primeiro trimestre de 2015, segundo apresentação dos resultados da companhia no primeiro trimestre para analistas.
A executiva reconheceu atrasos na construção de plataformas previstas para os próximos anos.
"Unidades estão eventualmente apresentando alguns atrasos, nos diversos contratos que as compõe, esses atrasos estão sendo mitigados, estão sendo tratados por recontratações, por buscas de outras alternativas presentes também no nosso portfólio", afirmou a diretora.
De acordo com ela, oportunidades de amenizar os atrasos estão sendo discutidas e o plano de negócios da companhia apresentará o cronograma revisado.
CESSÃO ONEROSA
Solange Guedes declarou ainda que a Petrobras não fez um provisionamento de despesas relacionadas à conclusão da renegociação do contrato da cessão onerosa, previsto no contrato original. Segundo a executiva, a renegociação pode não ser concluída neste ano, em função da complexibilidade do tema.
A Petrobras e o governo disseram no passado que a renegociação se daria após a declaração de comercialidade de todas as áreas da cessão. A última delas, Entorno de Iara, teve sua declaração anunciada no fim do ano passado.
Além disso, em meados de 2014, o governo decidiu contratar diretamente a Petrobras para explorar volumes de petróleo na área que não estavam previstos no contrato original.
No acordo, a Petrobras deveria pagar um total de 15 bilhões de reais a título de bônus de assinatura, até 2018, sendo que 2 bilhões de reais já em 2014. Mas o Tribunal de Contas da União (TCU) questionou o acordo e desde então o assunto não progrediu.
Os executivos não trouxeram novidades em relação ao tema.