Por David Ingram
NOVA YORK (Reuters) - O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin está tendo problemas para pagar parte de uma fiança de 15 milhões de dólares que ele acordou em troca de permanecer fora da prisão, aguardando julgamento das acusações que surgiram das investigações dos Estados Unidos sobre a corrupção na Fifa.
Marin, de 83 anos, se declarou inocente das acusações relacionadas a propinas e foi liberado da prisão no mês passado, depois de se comprometer com bens que incluem 1 milhão de dólares em dinheiro e um financiamento do seu apartamento de 3,5 milhões de dólares em Manhattan, de acordo com registros judiciais.
No entanto, Marin não tem conseguido obter uma outra parte do pacote, um título de garantia no valor de 2 milhões de dólares, afirmaram promotores e um dos advogados de Marin numa sessão da corte no Brooklin, em Nova York, nesta quarta-feira.
Marin recebeu a permissão de permanecer sob prisão domiciliar por pelo menos mais um mês, enquanto os seus advogados tentam obter o título ou encontram uma outra maneira de satisfazer os promotores. O juiz Raymon Dearie estabeleceu como prazo o dia 15 de janeiro.
Promotores norte-americanos indiciaram 41 pessoas e entidades numa investigação sobre corrupção no futebol mundial, derrubando o comando da Fifa e de federações em boa parte das Américas.
Marin foi preso em maio numa ação num hotel de luxo de Zurique e concordou em outubro com a extradição da Suíça.
Ele tem tentado encontrar um fiador nos EUA para emitir o título com base nos bens no Brasil, mas até agora não teve sucesso, disse o seu advogado Charles Stillman no tribunal.
Os promotores não querem esperar mais, declarou um deles, Samuel Nitze.
Autoridades norte-americanas acusam Marin de ser um dos vários dirigentes do futebol que receberiam milhões de dólares em propinas em troca de direitos de transmissão de torneios regionais. Pelo menos 40 milhões de dólares haviam sido pagos quando as acusações foram divulgadas, segundo os promotores.