Por John Irish e Louis Charbonneau
VIENA (Reuters) - O diálogo nuclear que se arrasta há um ano e meio entre o Irã e grandes potências está se aproximando do fim nesta sexta-feira, quando os negociadores ainda discutiam impasses como as dúvidas a respeito das pesquisas atômicas passadas da República Islâmica.
O Irã está conversando com os Estados Unidos e outros cinco países --China, França, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha-- sobre um acordo para frear seu programa nuclear em troca de um alívio nas sanções econômicas.
"Estamos chegando ao fim", disse um diplomata ocidental veterano, acrescentando não haver planos de prosseguir muito além da próxima terça-feira. "Ou conseguimos um acordo ou não conseguimos."
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, disse que um pacto está próximo.
"Estamos prontos para chegar a um acordo equilibrado e bom, além de abrir novos horizontes para abordarmos importantes desafios em comum", declarou ele em comunicado transmitido no YouTube, referindo-se ao crescimento da militância islâmica. "Jamais estivemos mais perto de um desfecho duradouro."
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou haver mais trabalho a ser feito, mas que as partes estão se esforçando. "Estamos fazendo progresso", disse Kerry.
Todos os lados concordam que um entendimento está ao alcance.
Autoridades norte-americanas, europeias e iranianas, incluindo a subsecretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, e os vice-ministros das Relações Exteriores iranianos, Abbas Araqchi e Majid Takhteravanchi, se reuniram até 3h da manhã desta sexta-feira, segundo um funcionário norte-americano de alto escalão.
O vice-ministro das Relações Exteriores russo e principal negociador de seu país, Sergei Ryabkov, disse que o texto do pacto está mais de 90 por cento completo.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, expressou confiança de que as partes irão obter um acordo mutuamente aceitável.
Os negociadores não conseguiram fechar um acordo definitivo até 30 de junho e concordaram em estender o prazo até 7 de julho. Os ministros das Relações Exteriores que ainda não estão em Viena devem voltar para um esforço final no domingo.
(Reportagem adicional de Parisa Hafezi, Arshad Mohammed e Shadia Nasralla)